Ontem, no Estádio do Dragão, escreveu-se mais uma das páginas do livro das maiores surpresas do futebol mundial. O à partida pouco cotado conjunto eslovaco provou a uma plateia incrédula que é perigoso subestimar qualquer adversário que se levasse um ponto apenas para casa já teria motivo de sobra para festejar.
Não é inédito na história do futebol nacional claro. Consultando os alfarrábios poeirentos do arquivo, é possível descobrir que na edição de 84/85 da extinta Taça das Taças, como o Apre referiu em comentário, o F.C.P. foi eliminado pelo modesto e quase desconhecido Wrexham ganhando por 4-3 nas Antas e perdendo nas ilhas britânicas por 1-0. Surpreendentemente nessa mesma eliminatória, o Metz viraria um resultado desfavorável em casa de 2-4, ganhando 4-1 em Nou Camp na 2ª mão!
Este resultado está ao nível da eliminação do F.C.P. pelo Torreense da Taça de Portugal há uns anos atrás, do Benfica pelo Gondomar noutra altura na mesma competição, ou mesmo da derrota do F.C.P. na final da Taça contra o Benfica. São surpresas que amiúde acontecem e que, caso se repetisse o mesmo jogo mais 10 vezes, não voltariam a acontecer.
(ok... o Peseiro acaba de ser eliminado da UEFA... Está bonito, está!)
Ontem, contra uma equipa que explora bem o contra-ataque, o F.C.P. deixou a nu as carências que assolam a equipa. É por demais evidente que a defesa do F.C.P. precisa de um central de referência que ainda não pode ser Ricardo Costa, já que precisa de amadurecer mais, para além de haver falta de rotina entre os dois centrais actuais. Por outro lado, uma equipa a este nível precisa de defesas laterais genuínos e não pode estar a contar com defesas laterais adaptados. Para o campeonato serve mas a nível internacional, onde a experiência conta muito, não serve.
Para além disto, Ibson precisa de aprender a fazer duas coisas: apoiar a defesa pelo menos de vez em quando e também rematar em condições. Por azar, 3 ou 4 ressaltos de bola em frente da área, foram ter com ele, logo o único médio que não sabe rematar.
Seja como for, tudo isto não estaria a ser discutido se mais uma vez o F.C.P. tivesse conseguido marcar pelo menos 2 das muitas oportunidades que teve. O Artmedia desceu 4 vezes à área do F.C.P. e marcou 3 golos. O F.C.P. não soube respeitar o adversário e pagou por isso. O Artmedia não é superior nem ao Belenenses, nem ao Braga, e contra estes a defesa do F.C.P. esteve num plano bem razoável e, tenho a certeza, que em Bratislava o F.C.P. consegue vencer. Pelo menos já vai avisado.
4 comentários:
Bravo !!! Belo texto, grande poder de análise, belas comparações muito a propósito e bem fundamentadas.Assim vale a pena vir ao Zé-do-boné, o blog onde escreve o Caetano!!!
Se tu o dizes...
Estás a par.O Caetano até manda aqui no blog a foto dele de chapéu e óculos escuros a analizar o jogo. Kool
Saudações benfiquistas.
Só para dizer que acho que em 10 jogos do Porto contra o Inter, o Porto só ganharia 1.
Até aqui tudo bem, o problema é que vai ter dois seguidos...
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