domingo, janeiro 30, 2011

Como passar de vendido a incompetente em apenas 90 minutos

Todos estarão recordados do clamor que emanou da "nação vermelha" relativamente à arbitragem de Elmano Santos no FCPorto x V. Setúbal, corroborada como sempre acontece, com o respectivo eco na comunicação social.

Num jogo em que o critério disciplinar foi "largo" perante as simpáticas entradas dos jogadores do Setúbal, o que ficou na retina foi a repetição do penalty marcado contra o FCPorto nos últimos instantes da partida. Na altura o árbitro alegou que ainda não tinha apitado para dar autorização ao primeiro remate do jogador do Vitória, algo que causou escândalo pois, por esse país fora, insuspeitos adeptos houve que garantiram ter ouvido o apito do árbitro mesmo sem terem assistido ao jogo!

Não foi preciso esperar muito para que Elmano passasse de "vendido" a infeliz incompetente. Bastou apitar o Académica x SLBenfica e ter validado o golo de dupla ilegalidade com que a equipa da casa foi derrotada. A estratégia envergonhada passou por vender a ideia de que o siliciano "El Mano" era afinal um árbitro sem categoria para apitar no escalão maior. Quanto ao golo, foi descrito como um incidente infeliz num jogo onde o Benfica até foi prejudicado, visto que ficaram por marcar 2 penalties a favor dos da Luz.

Quem se lembrar de quando o FCPorto empatou a uma bola no Dragão com o Benfica, recordará certamente o que se diz desse jogo: que o FCPorto só conseguiu empatar através de um penalti "cavado" por Lisandro que, numa iniciativa completamente inédita por parte da Liga, foi castigado por causa desse lance. Porque será que nunca ninguém se lembrou de dizer "Ok, o FCPorto beneficiou de um penalti que não era mas... ficou um por marcar por falta de Reyes sobre Lucho quando ainda estava 0-0!"?. Esta é a leitura que não interessa ao imenso rebanho vermelho para quem os lances de benefício até são desculpáveis quando o ascendente da sua equipa sobre a outra é evidente.

Hoje houve Xistralhada na Vila das Aves

Hoje, a Instituição venceu na Vila das Aves e amanhã assistiremos ao elogio das virtudes dos jogadores e treinador do Benfica. O que ninguém irá referir é a tremenda discrepância na avaliação disciplinar dos lances de uma e outra equipa e o fora-de-jogo tirado ao Aves ainda com 0-0, factos que facilitaram, e de que maneira, a vida aos encarnados. Amanhã ninguém se lembrará das entradas de Jara, de Jardel e de Javi Garcia.

A este ninguém irá chamar de vendido nem de incompetente, pelo menos até ao dia em que por um alinhamento estelar daqueles que ocorrem a cada 10.000 anos, Carlos Xistra tenha uma decisão a beneficiar o FCPorto. Aí passará a ser um vendido e será mais uma prova para todo o "rebanho" de que o Pinto da Costa compra árbitros...

sábado, janeiro 29, 2011

Gil Vicente 2 x 2 FC Porto - Jogo sem chama apenas para cumprir calendário

O FCPorto despediu-se desta Taça BWin com um jogo muito fraco e onde as falhas de concentração defensiva tornaram incipientes os golos marcados por Ruben Micael e Emídio Rafael. O defesa-esquerdo acabaria por ser o grande azarado do jogo ao lesionar-se com gravidade já no final do jogo, e vai desfalcar o FCPorto provavelmente até ao final da época.

À partida para este jogo, o FCPorto sabia que não dependia de si próprio para passar à fase seguinte da Taça BWin, sendo necessário vencer e esperar pela derrota do Nacional em Aveiro. Ora, nem uma coisa nem outra. O FCPorto não foi além de um empate em Aveiro e o Nacional venceu por 2-1 e avançou na prova, fruto da vitória recente no Dragão.

A exibição do FCPorto, que entrou em campo com uma equipa bem diferente da habitual, foi sempre tristonha e pouco esclarecida, expecto um ou outro momento de maior aceleração e atitude que desequilibraram a defesa gilista. Ainda assim, quando o golo surgiu mesmo em cima do intervalo, pensou-se que estaria aberto o caminho para o Dragão se soltar e jogar melhor na 2ª parte.

No entanto, o Gil Vicente soube ter brio e, no reatamento conseguiu chegar ao empate, para, logo a seguir, Emídio Rafael, numa boa jogada com Guarín, voltar a colocar o FCPorto na frente. Pouco depois, Rafael e Maicon ficaram mal na fotografia ao permitirem todas as veleidades a Hugo Vieira que estabeleceu o resultado final.

Villas-Boas ainda tentou sacudir o jogo fazendo entrar Moutinho e Hulk mas o resultado já não sofreria alterações. Nem a vitória serviria de nada visto que, em Aveiro, o Nacional conseguiu vencer e assegurar o 1º lugar do grupo.

Crise nas laterais

A lesão de Emídio Rafael, que deverá ficar afastado até final da época, veio criar um problema a Villas-Boas que no plantel tem agora a falta de um defesa lateral esquerdo. A questão é preocupante no imediato dado que Álvaro Pereira ainda está a recuperar de lesão e continua ausente.

Esperando-se o regresso do uruguaio no próximo mês, o FCPorto fica com Álvaro e Fucile para a esquerda da defesa e Sapunaru para a direita, sendo que Otamendi pode jogar na posição do romeno com relativa facilidade. No entanto, dado que Sereno se tem revelado uma aposta falhada, há definitivamente uma lacuna por preencher na defesa azul e branca.

Resta saber se o FCPorto vai optar por uma solução interna ou se vai tentar ainda, no pouquíssimo tempo que lhe resta, tentar reforçar o plantel no mercado de Inverno que encerra na Segunda-feira.

Na vertente humana, há ainda que endereçar uma palavra de apoio a Emídio Rafael, que vê o seu crescendo de qualidade interrompido por esta lesão, isto numa altura em que tinha sido pré-convocado por Paulo Bento. Que tenha muita força na sua recuperação.

segunda-feira, janeiro 17, 2011

FCPorto 3 x 1 Naval - Então e a pressão?

Depois do jogo menos conseguido a meio da semana contra o Pinhalnovense para a Taça de Portugal, que logo gerou outra onda de histeria por uma possível quebra do Dragão, o FCPorto respondeu bem frente ao último classificado. Com Falcao de regresso, o FCPorto foi sempre mais forte que a Naval e o resultado apenas peca por escasso. Ainda não foi desta que vimos a tal pressão que a comunicação social anda a vender há largas semanas.

A pressão e os assobios

Torna-se penoso ler jornais por estes dias. Segundo a comunicação social, o FCPorto está em estado crítico, à beira da ruptura. Desde os dirigentes, ao staff técnico, desde os jogadores aos adeptos, todos têm tido graves perturbações de sono devido à intensa pressão a quem sido sujeito pelo Benfica.

Entretanto, de forma incompreensível, o FCPorto continua a ganhar, jogo após jogo, ora vestindo o fato-macaco, ora, preguiçoso, cumprindo serviços mínimos, ora deslumbrando e dando verdadeiros recitais. Será que o Dragão não sabe colocar-se no seu devido lugar? Que impertinência é esta?

Hoje não houve propriamente Ópera, mas houve um jogo agradável, nem sempre bem jogado, mas sempre sem assobios e ainda bem. Há que ter sempre em conta que um campeonato ganho pelo FCPorto é sempre mais difícil do que para os lados da Luz. Aqui não há comunicação social, não há lobbies e nem sequer há vontade manifesta do Primeiro-Ministro a empurrar nesse sentido. São portanto dispensáveis os assobios e indispensável o apoio.

O jogo

A grande novidade do jogo de hoje foi o regresso de Falcao. E como muda o figurino do ataque com o colombiano, muito mais agressivo e dinâmico, criando desequilíbrios e espaços que desestabilizam qualquer defesa.

Desde o início se viu que o FCPorto tinha a preocupação de jogar rápido e ao primeiro toque, embora nem sempre da melhor forma. Alguns jogadores complicavam e outros pareciam desconcentrados (Varela, Fucile,...).

Depois de Falcao e Hulk terem tido várias oportunidades, o FCPorto conseguiu finalmente chegar ao golo num lance de pura matreirice, na sequência de um lançamento lateral onde, ironicamente, Varela e Fucile foram determinantes. O uruguaio repôs rapidamente a bola em jogo para Varela que estava vários metros adiantado em relação aos defesas, trabalhou muito bem sobre o adversário que lhe saiu ao caminho, e assistiu Falcao que só teve de encostar.

Se a perspectiva do intervalo com o resultado em 0-0 poderia criar na Naval a ilusão de intranquilizar o FCPorto, essa estratégia ruía por completo com este golo.

Aparte: No café onde eu estava a assistir, notava-se já um certo regozijo entre alguns adeptos anti-Porto que por ali se encontravam. Quando o FCPorto chegou ao golo, de imediato as vozes se levantaram reclamando pelo descarado "fora-de-jogo" em que Varela se encontrava. Como a indignação persistia, interpelei-os e perguntei se as regras haviam mudado e se agora nos lançamentos laterais também havia lugar para marcação de foras-de-jogo. Seguiram-se expressões confusas e um tímido "Ah?... Foi lançamento?... Não tinha visto...".

Se o primeiro golo era uma severa machadada na táctica da Naval, o segundo golo, - que golo!- que aconteceu logo depois, pôs claramente um ponto final na discussão da partida, até porque até então, apenas por uma vez a Naval havia incomodado Helton com um remate de Marinho ao lado. Espectacular jogada de envolvimento dos atacantes do FCPorto, com Varela, Falcao, Belluschi e Hulk a trocarem a bola ao primeiro toque entre os defesas, com o brasileiro a marcar o 15º no campeonato.

Na segunda parte a supremacia manteve-se. Foram necessários apenas 8 minutos para o FCPorto ampliar a vantagem com uma assistência de Helton com uma reposição manual para Hulk no meio campo contrário (!!), beneficiando de uma má abordagem de Orestes ao lance, que se isolou e na cara de Salin fez o 2º no jogo e o 16º no campeonato.

A partir daí o ritmo baixou, sem nada a perder a Naval também ficou um pouco mais atrevida, e embora o FCPorto tenha tido várias oportunidades para dilatar a vantagem mas foi a Naval que chegou ao golo num penalty completamente escusado cometido por Fucile. O uruguaio, que esteve num plano aceitável, continua a ter súbitos acessos de desconcentração que comprometem a equipa. Não é pois de estranhar que Villas-Boas seja relutante no que toca a dar a titularidade ao uruguaio perante a assertividade actual de Sapunaru e a indiscutibilidade de Álvaro Pereira.

Até ao final, houve ainda tempo para Fernando, James e Mariano entrarem em jogo mas o resultado já não seria alterado.

O FCPorto segue invicto na liderança com 44 pontos, fruto de 14 vitórias e 2 empates, com 8 pontos de vantagem sobre o Benfica que protagonizou em Coimbra, não uma ópera, mas uma verdadeira tragicomédia, vencendo com um golo com o braço e em fora-de-jogo. Valerá a pena ficar atento ao longo da semana para ver se Elmano será mais uma vez crucificado nos jornais desportivos como o foi após o FCPorto x Setúbal.

domingo, janeiro 16, 2011

Taça Hugo dos Santos - FCPorto 79 x 76 AA Coimbra - Dragão teve de puxar dos galões

Castelo do Sabugal

Depois de ter vencido o Vitória de Guimarães no dia anterior por 83 x 49, o FCPorto teve ontem de puxar dos galões para levar de vencida a Académica, em jogo a contar para a 2ª jornada da Taça Hugo Santos, no Pavilhão Polidesportivo do Sabugal. Liderados por Greg Stempin, o FCPorto venceu por 79 x 76 e disputa hoje, com o Benfica, a "final" do torneio.


Perante uma plateia bem composta, o FCPorto entrou forte no jogo diante da Académica. Certamente na memória estava a única derrota da 1ª volta do Campeonato que fora imposta precisamente pelos estudantes. Liderados por Greg Stempin (MVP), José Costa e Ogirri, o FCPorto cedo tomou a dianteira, sempre com muita pontaria nos lançamentos de 3 pontos, embora não tão bem nos lançamentos livres.


Com 25-16 no final do 1º período, 14-11 e 24-22 no final do 2º e 3º respectivamente, o FCPorto chegou ao 4º período com 14 pontos, a maior vantagem do encontro, e parecia que a vitória não seria muito complicada de obter.


No entanto, o treinador da Académica aproveitou da melhor forma a pausa e a Briosa voltou disposta a dar a volta ao jogo, perante também alguma passividade e desacerto do FCPorto que pareceu surpreendido com o atrevimento dos estudantes.


A Académica foi gradualmente recuperando e, a menos de 3 minutos do final, a desvantagem chegou apenas a ser de 2 pontos! No entanto FCPorto "cerrou fileiras" e começou a reagir, gerindo bem os tempos de ataque e voltando a alargar a vantagem para 5 pontos. No último ataque, Stempin conseguiu ganhar uma falta e converter os 2 lançamentos, confirmando a vitória no jogo e já nem o último cesto da Académica serviu para inverter a vitória arrancada a ferros do Dragão.


Hoje, às 16h diante do Benfica (que também venceu o Guimarães), o FCPorto irá disputar uma verdadeira final procurando revalidar o título conquistado no ano passado no Algarve. A tarefa não será fácil até porque, para além do Benfica, ferida no orgulho por uma época abaixo das expectativas, os dragões também terão de contar com um público bastante adverso.

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Pergunta indiscreta


Adivinhem contra quem é que o Benfica vai jogar logo ao final da tarde...

Taça de Portugal: FCPorto x Pinhalnovense - Haja seriedade e aplicação

Jogar contra o Pinhalnovense, 3º classificado da II Divisão - Zona Sul, pode não parecer um desafio muito aliciante mas é exactamente aí que reside o maior perigo deste jogo. Jogue quem jogar, é indispensável manter o profissionalismo e a seriedade de modo a confirmar o favoritismo do FCPorto e a esperada passagem à próxima fase.

Este jogo será aproveitado por Villas-Boas para lançar o regressado Mariano Gonzalez, isto para além de dar também minutos de competição a Walter, Souza e Ruben Micael, nomes geralmente na segunda linha. O destaque vai também para a nova oportunidade que será dada a Kieszek, após ter "borrado a pintura" no recente jogo contra o Nacional.

O jogo é às 20h45 e tem transmissão em directo na Sport TV.

Logotipo obtido em: Futebol na Margem Sul

terça-feira, janeiro 11, 2011

E eis que Vieira admite que o Apito Dourado é oco


Após a atribuição do prémio de melhor treinador do Mundo a José Mourinho, Luís Filipe Vieira enviou uma mensagem de congratulações ao ilustre treinador português (e fez questão que se soubesse disso).

Ora, na mensagem, Vieira afirma que

o prémio da FIFA “não reconhece, apenas, os méritos de um ano, mas antes uma carreira que tem sabido prestigiar de forma ímpar o país o que viu nascer”.

“O prestígio que alcançou foi construído com rigor e exigência. Este prémio apenas vem reconhecer o sucesso que resulta da forma como sempre soube construir o seu património desportivo”

Ora, sabendo que parte dessa "carreira que tem sabido prestigiar de forma ímpar o país que o viu nascer" e que foi construída com "rigor e exigência", passou pelo FCPorto nas épocas de 2002/03 e 2003/2004, épocas nas quais se situam alguns dos jogos do famigerado processo Apito Dourado, tão querido e promovido de Vieira, é caso para enviarmos por nosso turno, uma mensagem de congratulações ao líder benfiquista.

Finalmente Vieira admite que o FCPorto nessas épocas, com a presença de Mourinho, ganhou, ganhou bem e ganhou limpo. Obrigado Vieira.

segunda-feira, janeiro 10, 2011

FCPorto 4 x 1 Marítimo: Pressão? Tomem lá a pressão

De se lhe tirar o chapéu!

Depois da derrota contra o Nacional, o FCPorto segue invicto no Superliga, tendo vingado a derrota da Taça do Hermínio com um expressivo 4-1 ao Marítimo. Apesar da diferença de resultado em relação ao jogo anterior, importa reter que o FCPorto conseguiu precisamente o mesmo registo estatístico em termos de posse de bola, cantos e remates. O que mudou, então? A eficácia e a concentração defensiva que apenas falhou na marcação de uma falta que só Xistra viu. Contudo, na retina ficam o fabuloso golo de Guarín que, à bomba, desbloqueou o marasmo da primeira parte.

Pressão, quebra de rendimento, instabilidade interna, tudo isto se tinha instalado no seio do FCPorto após a derrota com o Nacional, isto a fazer fé no que a comunicação social e o incansável Jorge Jesus, agora transformado numa espécie de substituto do "iluminado" Jorge Gabriel como veículo de comunicação do Benfica para o exterior (a fragilização aumenta a manipulação), quiseram fazer crer. A tudo isto, o FCPorto respondeu de forma categórica, conseguindo uma vitória que não deixou qualquer margem de dúvida, com grandes golos (o de Guarín então...).

Com a primeira parte a ser jogada a um ritmo mais baixo, o FCPorto controlou desde o início as operações. Com Rafa novamente na esquerda e Sapunaru na direita, Villas-Boas optou por colocar Hulk no centro, apoiado por James na esquerda e o regressado Varela na direita. Ora se Hulk tem tendência a perder preponderância quando colocado no centro, o dinamismo dado nas alas pelo colombiano e pelo português ajudaram a manter sempre em respeito a defesa insular.

Foi necessário esperar até aos 37 minutos para assistir ao (primeiro) grande momento do jogo. Guarín encheu-se de fé e disparou a cerca de 37 metros da baliza inaugurando o marcador, deixando toda a gente, inclusive ele próprio, incrédulo. Até ao intervalo o resultado não se alterou, apesar de Moutinho (mais uma vez com uma exibição de grande classe!) ainda ter atirado ao poste.

Na segunda parte, o cariz do jogo foi outro. Embora mantendo o domínio, o FCPorto foi mais incisivo e mais rápido nas suas acções. James e Varela mantinham a sua dinâmica ofensiva e seria mesmo James a assistir Hulk para (mais) um grande golo, de fora da área, com a bola extremamente colocada.

Se todos pensaram que o jogo estaria decidido, Xistra tratou de dar mais emoção à partida. Num jogo onde até se estava a portar bem, o árbitro conseguiu ver uma falta contra o FCPorto num lance em que Sapunaru é pisado pelo adversário. Dessa falta resultou um cartão amarelo (!!!) e a lesão do romeno que acabou por ter de ser substituído. Ainda dessa falta resultou o golo do Marítimo numa desatenção do centro da defesa do FCPorto.

Com a lesão de Sapunaru, entrou Maicon e Otamendi derivou para a direita da defesa portista onde, mais uma vez, mostrou classe. Quanto mais vejo o argentino jogar mais aprecio o seu estilo de jogo. A seguir a Moutinho, Otamendi é a grande contratação do FCPorto.

5 minutos após o golo, Guarín ampliou mais uma vez a vantagem, tirando um defesa do caminho com uma finta de corpo e atirando colocado sem hipóteses para o guarda-redes adversário. Com confiança, Guarín é realmente outro jogador, e apesar de não ter a eficácia defensiva de Fernando, a equipa ganha mais agressividade e verticalidade. Quem se lembra agora do drama que era para Guarín jogar na posição de médio mais recuado quando chegou ao Dragão?

Até ao final, houve ainda tempo para o miúdo James marcar o golo que tanto procurou, após uma grande arrancada de Hulk que, numa atitude que não se vê muitas vezes, assistiu o colombiano para uma finalização fácil e para o resultado final de 4-1.

Saldo da 1ª volta

O FCPorto termina assim a primeira volta sem derrotas e com apenas 2 empates, obtendo 41 pontos em 45 possíveis, sendo que um dos empates foi o cedido em Alvalade, nas circunstâncias que se conhecem mas que os adeptos da "cassete" do choradinho não gostam de lembrar quando repetem, a quem os quiser ouvir, que o FCPorto está onde está graças às arbitragens.

Em termos de golos, o FCPorto tem, em simultâneo, o melhor ataque e a melhor defesa da Superliga com 36 golos marcados (mais 6 que o 2º classificado) e 6 golos sofridos, menos 7 que a segunda melhor defesa que pertence ao Olhanense.

Na época passada, no final da primeira volta, o FCPorto, com 31 golos marcados e 13 golos sofridos, era 3º classificado com 32 pontos, atrás de Benfica e Sp Braga, ambos com 36 pontos.

Assim, o FCPorto consegue, em relação à época anterior no final da primeira volta:

+ 9 pontos, + 5 golos marcados, - 7 golos sofridos.


Nesta altura, recorde-se, Hulk já havia sido suspenso na sequência dos tristemente célebres incidentes do túnel da Luz (onde até a águia Vitória se perdeu).


E eis que Jesus já não acha que o FCPorto se encontra sob pressão

Coerência 1:

JJ 9 de Janeiro de 2011, após o jogo com o Leiria
"O nosso adversário tem uma vantagem pontual que lhe dá alguma tranquilidade"

Então e a pressão sob a qual se encontra o FCPorto, caríssimo JJ? Que é feito dela? Esfumou-se?

Coerência 2:

E já agora, esta pérola de comentário tirada d'A Bola Vermelha, da notícia que dá conta das declarações de Pinto da Costa após a vitória frente ao Marítimo:

"Não gosto de gente estúpida" - Pinto da Costa (título da notícia)
"Nós também não gostamos de ti!" - Comentário de um adepto benfiquista à notícia...

Palavras para quê? Também aqui, a culpa deve ser das arbitragens.

domingo, janeiro 02, 2011

Ano novo... 1ª derrota!

O início de 2011 foi aziago para o Dragão. A recepção ao Nacional em jogo a contar para a "Taça do Hermínio" marcou o fim da série invicta do FCPorto. No entanto, o resultado é enganador. Mais uma vez, o FCPorto dominou em todas as estatísticas mas a falta de acutilância no último terço de terreno, por um lado, e 2 lances de gritante desconcentração na defesa azul e branca, por outro lado, ditaram o resultado final.


Os instantes que antecederam o jogo ficaram marcados pela homenagem prestada por 30.000 portistas ao falecido Pôncio Monteiro, brindando-o com uma estrondosa salva de palmas.

Quanto ao jogo, Villas-Boas operou várias mudanças e, verdade seja dita, apesar das alterações e de se tratar do 1º jogo após a pausa natalícia, o FCPorto foi dominador, especialmente na segunda parte (ironicamente quando perdeu o jogo). Com Kieszek, Fucile, Sereno, Emídio Rafael, Ruben e Walter no onze, jogadores habitualmente menos utilizados, o FCPorto não conseguiu na primeira parte ser pressionante como poderia e deveria ter sido.

Os 30.000 espectadores tiveram de esperar até à segunda parte para ver um FCPorto "à FCPorto". Mandão, a encostar o Nacional à sua área, o FCPorto dominou em todos os índices estatísticos do jogo... excepto no da eficácia. Aliás, quando Hulk inaugurou o marcador, na marcação de uma grande penalidade a castigar uma falta sobre Walter, pensou-se que a vitória já não fugiria ao dragão, tal a superioridade evidenciada. Puro engano!

Aos 77 minutos, uma falha inadmissível de Kieszek permitiu que o Nacional chegasse ao 1º golo. Ao atacar a bola num cruzamento de forma completamente desconcentrada, já a pensar em repor rapidamente a bola em jogo antes de pensar em a agarrar, esta ressaltou por baixo das pernas do guarda-redes polaco e sobrou para Anselmo que não perdoou.

Poucos minutos depois, novamente por Anselmo, o Nacional desferiu a machadada final no jogo, mais uma vez contando com uma falha inadmissível da defesa. Primeiro um jogador do Nacional aparece sozinho na esquerda, nas costas da defesa portista, cruzando para o centro da área onde Sereno perdeu completamente a noção do espaço em termos de posicionamento, deixando o avançado insular completamente à vontade para fazer o golo. Sereno voltaria novamente a estar em destaque pela negativa ao cometer falta para grande penalidade sobre Pecnik que Olegário não viu. Uma noite para esquecer.

Até ao final, o FCPorto ainda teve forças para ir à procura do golo mas faltou serenidade e acutilância nos últimos metros do terreno. Com várias faltas sucessivas do Nacional e consequentes paragens de jogo, os insulares tiveram o mérito de ir quebrando o ritmo de jogo, conseguindo o feito que mais ninguém havia conseguido esta época: derrotar o FCPorto e ainda por cima no Dragão.

Consequências

Pondo de parte o facto da perda de 3 pontos na Taça do Hermínio, deixando o FCPorto na obrigação de vencer os 2 jogos que faltam e depender de um deslize do Nacional para seguir em frente, há várias ilações que podem ser tiradas deste jogo. Fundamentalmente, o que mais lamento nem são os 3 pontos perdidos mas a interrupção, mais que evitável, da série vitoriosa do FCPorto. A equipa fez mais que o suficiente para ganhar o jogo e, não fossem as desconcentrações defensivas, esta seria mais uma vitória natural do FCPorto. Acabou por ser uma vitória caída do céu para o Nacional.

Por outro lado, é nítido que Kieszek não é Beto e muito menos Helton. O polaco foi contratado para ser o 3º guarda-redes do FCPorto e, nesse aspecto é um digno sucessor de Nuno Espírito Santo. Apesar de tudo, tendo em conta que, depois do jogo contra o Juventude de Évora, esta foi a segunda vez que jogou, poderá ter sido traído pelo nervosismo de querer mostrar serviço. A sua exibição até teria sido positiva, pelo que foi mostrando ao longo do jogo, se não fosse a falha tremenda que deu origem ao 1º golo do Nacional.

Já de Sereno esperava muito mais. As duas falhas tremendas que protagonizou, primeiro no 2º golo do Nacional, ao falhar completamente a marcação a Anselmo e, depois, ao fazer falta sobre Pecnik na área do FCPorto que (felizmente) Olegário não assinalou. Quanto mais vejo Sereno jogar, mais saudades tenho de Nuno André Coelho.

Finalmente, falta claramente uma alternativa no eixo do ataque do FCPorto. Sem Falcao, o FCPorto perde uma importante fatia da sua agressividade no último terço do terreno. Vejo em Walter um bom avançado, é certo, mas não para um sistema de 4-3-3 como o do FCPorto mas antes para jogar em 4-4-2, ao lado de outro avançado. A disponibilidade de Falcao tem dado pouco espaço a Walter no FCPorto mas é também essa disponibilidade que tem guindado o FCPorto para a sua performance actual... e disfarçado a insuficiência de apenas haver mais um ponta-de-lança no plantel.

Se o objectivo é apenas o campeonato, o plantel actual é suficiente mas, se os objectivos do FCPorto forem mais ambiciosos do que isso, é fundamental rectificar o plantel durante esta fase do mercado. Descartado que está Kleber, não acredito que a SAD não tenha nesta altura já outro alvo em vista.

O que vem aí

Não se deixando afectar por esta derrota, não há motivos para tal visto que a mesma foi fruto de um conjunto de circunstâncias difíceis de repetir e que o FCPorto mostrou ter a mesma capacidade que tinha antes da pausa natalícia e, ainda por cima, sem várias das suas habituais figuras principais, o mês de Janeiro pode ser um mês tranquilo com 4 jogos em casa, de um total de 6.

Para já segue-se a recepção ao Marítimo já no próximo Sábado, para depois receber sucessivamente o Pinhalnovense (Taça), a Naval e o Beira-Mar (Taça do Hermínio). Uma sequência que pode ser bem aproveitada para recuperar os índices competitivos do plantel, dando também tempo para recuperar alguns lesionados com a tranquilidade necessária.