segunda-feira, março 27, 2006

Ainda o "Roubo" da Taça

Tenho assistido a uma verdadeira onda de histeria em torno da arbitragem do último FCPorto x Sporting para a Taça de Portugal que, como todos sobejamente sabem, terminou com a vitória do FCPorto após a marcação de grandes penalidades. Eu pergunto se realmente haverá legitimidade para tal, senão vejamos:

1 - É reclamada uma grande penalidade por mão de Pepe.

O Jornal Record publicou na sua reportagem sobre o jogo uma foto onde a bola se encontra em contacto com o braço de Pepe e a linha da grande área ainda se encontra a alguns centímetros e se calhar isto constitui maior prova do que a intuição da opinião pública no famoso lance "Petit vs Baía" em que, sem uma repetição adequada até hoje não sei dizer em rigor se a bola entrou ou não.

Assim sendo, neste lance que aconteceu no lado direito do ataque do Sporting terá ficado por marcar um livre a favor do Sporting com consequente acção disciplinar que também levanta dúvida: seria vermelho ou amarelo? Também não sei dizer mas parece-me que como havia outro defesa a acompanhar o lance seria um lance para cartão amarelo, até pela posição do local onde aconteceu a falta.


2 - Fica um fora de jogo por assinalar no ataque do FCPorto num lance onde McCarthy atira para defesa de Ricardo.

É verdade. Também não veio mal ao mundo, o Benny em prol do sossego público preferiu alimentar o ego do Titular da Selecção.


3 - Caneira deveria ou não ter sido expulso?

Há uma confusão onde são intervenientes Raul Meireles e Deivid sendo a situação sanada pelo árbitro sem acção disciplinar. Na sequência do lance, quando Raul Meireles se encaminhava para o meio campo, este é abordado por Caneira que se encosta a ele e lhe dirige algumas palavras (provavelmente "Olá jovem! Está tudo bem contigo e tua família?"). Não sei o que lhe disse mas isso fez com que Lucho Gonzalez tenha abordado o sportinguista de forma ríspida gerando-se ali uma confusão.

O árbitro resolveu a questão com um amarelo aos dois jogadores que se encontravam na génese da situação (Meireles e Caneira) sendo que no caso do Caneira este já tinha um amarelo pelo que foi em seguida admoestado com respectivo cartão vermelho.

A única nódoa neste lance para mim é a não amostragem do cartão amarelo a Lucho Gonzalez.


4 - Bosingwa deveria ter sido expulso mais cedo e não apenas no lance com Rodrigo Tello?

Concordo! Tendo já um cartão amarelo, Bosingwa domina a bola com o braço controlando deste modo um ataque do Sporting. Acabaria por ser MAL EXPULSO em prolongamento num lance onde Tello nem sequer é tocado.


5 - O mau do Baía atira a bola à cara de Ricardo e insulta-o!

* Gargalhada sonora e incontida * Talvez um pouco na ressaca do caso que foi noticiado ESTRATEGICAMENTE pouco antes do jogo, caso em que Baía terá agredido um adepto, gerou-se a imagem de que Baía não passa de um arruaceiro e isso transpirou para o lance do jogo. Obviamente que o adepto é imediatamente inocentado na situação pela pressa que há em condenar Baía por uma vil agressão. Pessoalmente também acho que Baía deveria ter deixado o adepto insultar a sua honra e dignidade profissional sem sequer reagir. Eu faria o mesmo e nem pediria satisfações... ou não!

Voltando ao lance do jogo, eis que se descobre de repente que afinal a bola não bateu na cara da vítima Ricardo mas sim - pasme-se! - foi parar às mãos do guarda-redes leonino que a soube segurar (pena não ter tido a mesma segurança noutras situações...). Mais ainda, Baía não insultou Ricardo mas terá dito algo do género "Toma lá a bola! Hoje és tu quem me vai dar a vitória!". Afinal a tentativa de desestabilização não resultou e Ricardo marcou bem o penalty.

Agora erguem-se as vozes daqueles que vão alegar que eu, como defensor de Baía sou levado a acreditar nesta versão demasiado facilmente. Pois... talvez com a mesma facilidade com que, com a pressa de condenarem Baía, acreditam estes indivíduos que Baía terá insultado Ricardo.

No cômputo final fica a questão: será que Sá Pinto deveria ter visto pelo menos um cartão amarelo por faltas sucessivas e algumas delas bem "durinhas"? Que interessa isso? Interessa é que o Sporting foi prejudicado "porque sim" e o resto é conversa.

Espremam tudo isto e o que sobra é apenas uma tremenda amargura e frustração por terem perdido um jogo de forma tão inglória. Talvez se Ricardo tivesse conseguido pelo menos parar um dos penalties fosse eu a reclamar da "roubalheira". É uma questão para a qual, felizmente, nunca haverá resposta.

domingo, março 19, 2006

Saúdo o regresso de Benni aos bons velhos tempos.

FC PORTO 3 - Paços de Ferreira 0
(McCarthy, Adriano, Lisandro)

O sucesso deste 3 x 3 x 4 tem muito a ver com a alegria, disponibilidade e boa forma de dois excelentes avançados, Mac e Adriano. Eu só rezo para que no Verão não voltem as novelas do costume, patrocinadas pelo empresário do costume, e que possamos ter McCarthy em grande na próxima época.

sábado, março 18, 2006

O "catalão" Quaresma

A suposta entrevista de Ricardo Quaresma publicada pelo Jornal Sport, mais barcelonista que o O Jogo é portista, tem suscitado diversas reacções de indignação e censura que, sinceramente, me fazem rir a bom rir.

Já nem questiono se Quaresma efectivamente terá dito o que disse ao referido jornal, ele afirma que não, que não disse aquilo e é bem possível que não. Eu aliás, até recordo que quando há 3 épocas atrás o FCPorto fazia furor na Taça UEFA, surgiu na Gazzetta dello Sport uma suposta entrevista do insuspeito Eusébio da Silva Ferreira que, nesse jornal, fazia uma sumária descrição de como era possível vencer o FCPorto. Esta entrevista, na véspera de um importante jogo do FCPorto (seria contra a Lazio? Não tenho a certeza) seria mais tarde desmentida pelo próprio e depressa o caso caiu no esquecimento.

Voltando à suposta preferência de Quaresma no desafio que se avizinha entre o Barcelona e o Benfica, a onda de indignação que se ergueu após a referida entrevista, como eu disse, faz-me rir. Porquê? Porque encerra em si uma hipocrisia e um cinismo muito habitual neste tipo de situação. Porque é que um indivíduo não pode manifestar uma preferência clubística que vá para além do "socialmente correcto" de ter de torcer pela equipa portuguesa num confronto internacional? Que direito assiste aos "ofendidos" pelas supostas declarações de Quaresma de virem a terreiro censurá-las? Será que estas pessoas que passam o tempo a torcer por exemplo contra o FCPorto, mudam subita e milagrosamente de ideias e passam a ser portistas quando o FCPorto joga para as competições internacionais? Duvido... E porque é que Quaresma terá de torcer por um clube pelo qual não tem qualquer relação afectiva (ao contrário do Barcelona), e em cujo estádio é assobiado sempre que joga?

Se os jogadores não podem expressar a sua opinião "anti-nacionalista", onde estavam os "ofendidos" quando se noticiou que Petit e Simão Sabrosa, em pleno estágio do Benfica para um jogo, que não me lembro qual, vitoriaram um desaire do FCPorto num jogo para as competições europeias que estava a ser transmitido na TV com um esclarecedor "Yes! Yes!"?

Sinceramente, pouco me importa o moralmente ou socialmente correcto que "obriga" a que não possa expressar a minha opinião. Eu também não gosto do Benfica e não vou subitamente mudar de opinião só para provar uma suposta superioridade moral ou intelectual e, é por isso, que na próxima eliminatória da Champions vou torcer também pelo Barcelona que, por sinal, até é a equipa que melhor joga na Europa (talvez no Mundo) e onde jogam alguns dos melhores jogadores do Mundo. Por coincidência um deles até é o melhor jogador da Selecção Portuguesa e encantou a Europa com a camisola do FCPorto.
Força Barça!
imagem retirada daqui

segunda-feira, março 13, 2006

Vitória Setúbal 0 - FC PORTO 2

Desloquei-me sozinha ao Bonfim para ver o FC Porto e no caminho ia bem-disposta da vida, porque o meu clube ia jogar contra uma equipa dita pequena e a estes eu sei que o actual FCP sabe ganhar.

Dentro do estádio, os momentos altos foram, claro, os golos, e ter podido aplaudir o Balizas quando ele se virou para a minha bancada.

O golo do Adriano foi igualzinho ao do Deco em 2002/2003 (ganhámos 0-1, estava eu na mesma bancada) e foi naquele momento que eu tive a certeza que este ano vamos ser campeões outra vez.

Vejo no Pepe, para além de um fabuloso central ainda em evolução, um potencial capitão de equipa.

Um desabafo: há gente neste mundo que me mete impressão. Estavam perto de mim um pai e um filho que não sabiam construir uma frase sem um "c*****o", um "f****e", um "filho da p**a", um "é a c**a da tua mãe" pelo meio (portanto, a forma como completavam o palavreado um do outro fez-me concluir que há pais que gostam de educar os filhos na boçalidade e ainda fazem gáudio disso). Foi isto o jogo todo, e nem vale a pena dizerem-me "ah, vais à bola, é natural que ouças essas coisas!". Não quero saber, o povinho tuga mete-me um nojo indescritível.

Nojices à parte, o FCP ganhou, dominou por completo, mas fica quase sempre a sensação que não joga tanto quanto pode.

quarta-feira, março 08, 2006

Ainda o FCP x Nacional

Foi uma bela vitória do FCP embora sinceramente com um pouco de sorte: sorte de os avançados do Nacional terem falhado em situações muito perigosas para a baliza de Baía e por outro lado, houve também a sorte que não tem acompanhado os avançados do FCP, sobretudo naqueles jogos de festival ofensivo que depois não tem correspondência nos golos marcados.

Ainda assim, assisti a um claro salto qualitativo em relação a jogos anteriores (inclusive o último contra o 3º classificado), destacando-se a entrega e a mobilidade que os jogadores revelaram, talvez acusando o orgulho ferido devido à última derrota.

Houve tempo para tudo, até para estrear um jovem miúdo que foi acolhido como se do Messias em pessoa se tratasse. Há que ter calma pois Anderson tem apenas 17 anos e não se lhe pode pedir que seja um jogador decisivo nesta altura, quando ainda nem sequer está integrado quer no ritmo de jogo da Liga Betadine, quer no próprio plantel. Se há tanto desespero assim por um nº10, que se recupere Diego da melhor forma de modo a não prejudicar o jogador e a manter uma inegável mais valia no plantel.

Gostei de ver:
A forma como Baía foi acarinhado pelos adeptos e retribuíu com grandes defesas;
A monumental assobiadela com que foram brindadas as faixas e as próprias claques que, pelos vistos, não conseguem apoiar durante 90 minutos se não forem pagas para isso;
A atitude com que a equipa entrou em campo e a sua dinâmica em certas fases do jogo;
As exibições de Pepe (impressionante!), Lucho, McCarthy, Adriano, Bosingwa e Lisandro (intratável!);
Não gostei de ver:
A desorientação momentânea da equipa que fez com que o Nacional tomasse conta do jogo no início da 2ª parte. Vá lá que o 3º golo contribuiu para recuperar a concentração da equipa;
As perdas de bola de Ivanildo (apesar do esforço que deu origem ao 3º golo). Se os passes errados reflectem a juventude e inexperiência do jogador, as insistências em jogadas individuais têm de ser corrigidas;
As falhas defensivas que poderiam ter sido fatais. Há que corrigir os posicionamentos defensivos embora aqui eu admita que a falta de Paulo Assunção tenha sido determinante.

Hoje...

...sou vermelho desde pequenino!

quarta-feira, março 01, 2006

Em defesa de Baía


SLB 1 - FC PORTO 0

Se Vítor Baía fosse outro, tinha arranjado qualquer desculpa idiota para justificar o pior momento do jogo no galinheiro. E tinha-se recusado a aceitar qualquer crítica, como fazem certos ranhosos de outros clubes. Mas o Vítor Baía, ainda antes de ser o jogador mais titulado da história do futebol, é um senhor e antecipou-se, reconhecendo as suas próprias falhas. E por isso os portistas devem sempre prestar apoio à sua figura maior. Os adeptos de outros clubes menores bem podem espernear, urrar, rir, dizer cobras e lagartos do Baía, bem podem por todos os meios, como fazem sempre, ridicularizar o Balizas, que nunca o hão-de conseguir.
Força Vítor Baía!

Quanto ao jogo propriamente dito, o pensamento costumeiro da época: este FC Porto é incapaz de vencer um jogo grande. É um líder fraco e com muito pouca personalidade, muitas vezes aparece sem vontade, sem capacidade psicológica para resolver situações complicadas.Este aspecto tem que ser urgentemente mudado, pois não condiz com o espírito FC Porto. Preocupa-me que nestes jogos importantes o FCP já não meta medo a ninguém (e ainda temos que ir a Alvalade).
E também acho que faz falta um médio criativo na equipa.

Exagerado foi o sr Ronald Koeman, a dizer que o SLB tinha jogado maravilhosamente. O jogo foi uma porcaria, resolvido num grande remate fora da área.

Não teve grande história.