sexta-feira, dezembro 30, 2011

2011 - Mais um ano de ouro na história do Futebol Clube do Porto - Parte 3

Maio

Maio foi o mês que fechou a época de 2010/2011 com chave de ouro. O FC Porto consagrou-se como campeão nacional indiscutível, estabelecendo um recorde de pontos na vantagem em relação ao 2º classificado, ao mesmo tempo que venceu a Liga Europa e a Taça de Portugal.

A nível interno quis o destino que fosse no último jogo em casa para o campeonato que o FC Porto estivesse à beira de perder pela primeira vez na prova, não se livrando de perder pontos pela primeira vez em casa. Um golo de Hulk já em tempo de compensação permitiu que os dragões alcançassem pelo menos
o empate 3-3 (não sem polémica em foras-de-jogo mal tirados que dariam um resultado completamente diferente) contra um estóico Paços de Ferreira, num jogo onde uma entrada a matar de Nelson Oliveira atirou Moutinho para fora do jogo e pôs em risco a participação do médio na final da Liga Europa. Felizmente o João "Coragem" conseguiu recuperar a tempo de marcar presença em Glasgow. Quanto a Nelson Oliveira, viu e bem o vermelho directo.






O campeonato seria fechado da melhor forma uma semana mais tarde no Funchal, com uma vitória por 2-0 frente ao Marítimo, jogo que marcou o selar de uma proeza notável: o FC Porto sagrou-se campeão sem derrotas e apenas com 3 empates!




Em termos europeus, uma derrota por 3-2 no terreno do Villarreal não foi suficiente para impedir o FC Porto de se apurar para Glasgow onde, pela primeira vez na história, duas equipas portuguesas se encontraram numa final de uma competição europeia. O Braga foi o adversário, após ter eliminado o Benfica com uma derrota por 1-2 na Luz e vitória 1-0 na cidade dos arcebispos. Proeza para os bracarenses, alívio para os encarnados a quem a ideia de voltar a defrontar o FC Porto deixava extremamente preocupados.

Num jogo não muito brilhante, bloqueado tacticamente, valeram o sentido de oportunidade de Falcao, após um grande passe de Guarín, e as mãos de ferro de Helton para que o FC Porto voltasse a figurar nas montra dos vencedores europeus, conquistando a primeira Liga Europa do futebol português. Após Viena, Sevilha e Gelsenkirchen, foi a vez de Glasgow entrar no rol das cidades europeias de boa memória para os adeptos azuis e brancos.


Para o Jamor convergiram os adeptos para a última festa da temporada. Diante de um Vitória de Guimarães que ainda incomodou durante a primeira parte, o FC Porto mostrou galões. A tarde pertenceu a uma jovem pérola colombiana de seu nome James Rodriguez que contribuiu com 3 dos 6 golos com que o FC Porto derrotou os vimaranenses, num score final de 6-2.


No panorama futebolístico nacional, as proezas do FC Porto eclipsaram por completo uma tal de Taça da Liga que nem foi celebrada por quem a conquistou. Reza a história que, como acontecera na Luz frente ao Porto, houve muito boa gente que teve vontade de apagar a luz aos 90 minutos para fechar uma época calamitosa, curiosamente a época em que se tinham assumido como bicampeões mais que certos e ainda tinha elevado a fasquia para... a conquista da Liga dos Campeões. (Momento de pausa para um riso sarcástico).


O jogo e o golo

Sem dúvida a final de Glasgow e a cabeçada de Falcao. O FC Porto conquistou o seu 5º troféu europeu e escreveu mais uma página de ouro na sua história, dando razão a Pinto da Costa que, profeticamente afirmara no final da época anterior "Vamos voltar a ganhar, cá dentro e lá fora!"






O melhor

3 troféus erguidos numa época onde o FC Porto conquistou 4 das 5 competições em que competiu.

Mais um troféu europeu conquistado numa final onde, pela primeira vez na história, se defrontaram duas equipas portuguesas.

A Taça de Portugal foi mesmo a festa do futebol. Cabazada aplicada e troféu levantado!



O pior

A lesão que ia deixando Moutinho impedido de participar na final, numa entrada que deu muito que falar por Nelson Oliveira.

A final de Glasgow ficou aquém das expectativas em termos de futebol jogado. Frente a frente, as duas equipas que melhor futebol praticaram em Portugal em 2010/2011 deixaram os adeptos algo frustrados nesse aspecto.







Amanhã: O turbulento mercado de Verão e a fuga de Villas-Boas

2011 - Mais um ano de ouro na história do Futebol Clube do Porto - Parte 2

O 2º trimestre de 2011 marca o clímax da época de 2010/2011. O FC Porto ganha jogos com resultados categóricos, cilindra adversários, pulveriza recordes e conquista a Europa. A nível interno, humilha duas vezes o rival mais directo em jogos que deixaram traumas profundos nos adeptos encarnados. Para a história fica o feito de uma equipa que se tornou na equipa portuguesa com mais títulos e que se destacou ainda mais em termos de palmarés internacional.


Abril

Abril mês da liberdade, mês da celebração eufórica, o mês em que a Luz se apagou! Abril de 2011, o mês destinado a perdurar na eternidade das memórias dos adeptos azuis e brancos (e não só) e onde a concorrência, envergonhada e humilhada, preferiu esconder-se no conforto da escuridão. O primeiro jogo do mês de Abril colocou frente a frente FC Porto e Benfica no estádio da Luz, equipas que partiam para esse jogo com ambições bem diferentes.

O FC Porto lutava ainda em 3 frentes e sabia que o título estava praticamente assegurado, embora uma vitória na Luz fosse a cereja em cima do bolo. O Benfica mobilizou adeptos e jogadores com aquilo que se tornou o objectivo maior no campeonato: impedir a humilhação suprema de ver os dragões fazerem do Estádio da Luz o palco da festa de um campeonato mais que merecido. Já bastava a afronta indizível dos 5-0 sofridos no Dragão na primeira volta.

Só que o FC Porto que subiu ao relvado da Luz não mudou o chip do querer e da ambição que foi apanágio da época. Não se refugiou no conforto de saber que um empate era um resultado confortável e suficiente e foi à procura da vitória que arrancou a ferros.
Nem uma arbitragem inqualificável de Duarte Gomes, que provavelmente na altura ainda não tinha perfil no Facebook, impediu Villas Boas e os seus de colocar sobre o campo a lei do mais forte.








O FC Porto venceu por 2-1, sagrou-se campeão e deixou a "onda vermelha" à beira de um ataque de nervos, agarrando-se à esperança de "vingarem" mais esta facada profunda no seu orgulho com uma vitória na Taça de Portugal onde estavam bem lançados. No final, os dirigentes do Benfica mostraram porque dizem ser diferentes dos outros (mostraram a sua estatura moral, digo eu) e, para não assistirem às celebrações do título, apagaram a iluminação do estádio e ligaram o sistema de rega.









A festa seguiu na mesma e para sempre fica a memória do dia em que o FC Porto foi a Lisboa apagar a Luz. No final, soltou-se a alegria!






Mas quis o destino que, nesse mesmo mês, o FC Porto voltasse à Luz para disputar a 2ª mão das meias finais da Taça de Portugal, com um handicap de 0-2 derivado da derrota em casa averbada na primeira mão. Apesar de o Benfica já ter sido "vendido" na imprensa como o mais que provável vencedor da Taça de Portugal, mais uma vez o FC Porto passeou categoria e nem um penalty fantasma inventado já perto do fim a favor do Benfica impediu os dragões de dar mais uma estocada numa águia moribunda. Resultado final: 3-1 para o FC Porto após uma 2ª parte de luxo em que o adversário foi vulgarizado e passaporte carimbado para a final da Taça de Portugal!

Ainda durante o mês de Abril, o FC Porto assumiu-se como favorito à vitória na Liga Europa, passeando na Rússia e ganhando ao Spartak de Moscovo por 5-1 no Dragão e 5-2 em Moscovo e depois conseguindo um resultado sensacional nas meias finais da competição ao bater o Villarreal por 5-1 no Dragão, após estar a perder por 1-0 ao intervalo, e garantindo o apuramento para a final de Glasgow!

A nível interno o FC Porto ainda fez dois jogos a contar para o campeonato, vencendo o Portimonense no Algarve por 3-2 e depois o Sporting no Dragão também por 3-2.



O jogo

Sem dúvida a vitória na Luz nas meias finais da Taça, quando o Benfica já era dado como vencedor antecipado da competição após a vitória por 2-0 no Dragão e que deixou os portistas no céu e os benfiquistas à beira do colapso. Com 0-0 ao intervalo, o FC Porto voltou dos balneários com um ritmo diabólico que não deu hipótese a uma equipa do Benfica que se viu completamente desorientada em campo. Valeram os golos de Moutinho, Hulk e Falcao e nem um penalty fantasma por excelente movimento artístico de Saviola conseguiu perturbar mais uma festa na Luz... desta vez com direito a iluminação no final.






O golo

É difícil escolher qual terá sido o melhor ou mais significativo golo do mês de Abril. O golo de Moutinho que deu início à reviravolta na Taça de Portugal? O 3º golo do FC Porto contra o Villarreal por ser um lance espectacular de contra-ataque, o 2º golo por Guarín pela iniciativa individual eficaz ou o 4º golo por Falcao, num voo após a passe de Guarín? E porque não o voo de Falcao a fazer o 1-0 na recepção ao Spartak? O 2º golo contra o Sporting na noite em que Rui Patrício evitou uma goleada histórica só à conta de Falcao? A minha escolha vai para o golo do FC Porto em Moscovo, uma jogada incrível do... Íncrivel que recupera uma bola na defesa, tabela no círculo central com Falcao para depois aparecer na cara do guarda-redes russo a fazer o 1-0 para os dragões!






O melhor

Abril, o mês perfeito! 7 jogos, 7 vitórias, 26 golos marcados, 10 sofridos. Reviravolta nas meias-finais da Taça de Portugal com vitória por 3-1 na Luz após derrota por 0-2 no Dragão, vitórias categóricas contra Spartak e Villarreal na Europa, alcançadas as 15 vitórias consecutivas no campeonato.

O título de campeão alcançado na Luz por 1-2, contra Benfica e Duarte Gomes.

O passaporte praticamente carimbado para a final da Liga Europa.


O pior

A pequenez das mentalidades vê-se nos gestos e nas palavras. Neste caso, para esconder a vergonha de terem de assistir à festa do título do FC Porto na Luz, o Benfica, o tal "clube diferente", apagou as luzes do estádio e ligou o sistema de rega, ajudando com isso a perpetuar este momento na memória colectiva desportiva dos portugueses.

A arbitragem de Duarte Gomes no 2-1 da Luz, só comparável a uma outra de um tal João Ferreira na Supertaça disputada no início da época 2010/2011. Ainda não devia ter perfil no Facebook na altura.



2011 - Mais um ano de ouro na história do Futebol Clube do Porto

O ano de 2011 irá sem dúvida deixar gratas recordações em todos os adeptos do Futebol Clube do Porto e do futebol português, fechando com chave de ouro uma época que, logo no seu início em 2010, deixou bem clara a supremacia dos dragões sobre os seus concorrentes (Benfica, Braga, Sporting,...) e que culminaria com a conquista do "triplete": Campeonato, Taça de Portugal e Liga Europa.


Mais turbulenta seria a transição para a nova época de 2011/2012, com a mudança de treinador e os problemas que afectaram o plantel, levando a uma precoce eliminação da Liga dos Campeões.



Janeiro


O ano não começou da melhor maneira. Uma derrota por 1-2 no Dragão frente ao Nacional colocou praticamente o FC Porto mais uma vez fora da Taça da Liga, facto confirmado mais tarde , curiosamente no jogo que fechou o mês, com um empate em Barcelos, diante do Gil Vicente embora com uma equipa do FC Porto bastante alternativa. Pelo meio, 6 vitórias em outros tantos jogos, contra Marítimo, Naval, Beira Mar e Nacional, e ainda Pinhalnovense para a Taça de Portugal e Beira Mar para a Taça da Liga.


O jogo e o golo


Na ressaca da derrota com o Nacional para a Taça da Liga, a primeira derrota da época, o FC Porto recebeu o Marítimo em jogo a contar para o campeonato e mostrou que o resultado anterior havia sido aquilo que se sabia: um acidente de percurso.


Aos 36 minutos da primeira parte, com o resultado ainda em branco, Emídio Rafael combinou com Varela na esquerda, este tocou para o meio e para trás para Fredy Guarín que encheu o pé e disparou um míssil que só acabou dentro da baliza de Marcelo Boeck. Este golo acabaria por correr Mundo naquele que seria, senão o melhor, um dos melhores golos do ano!







O melhor


A reacção à primeira derrota foi categórica, com uma goleada aplicada ao Marítimo no Dragão.
As exibições e os golos de Emídio Rafael, de pedra e cal na esquerda.


O pior


Dois resultados negativos na Taça da Liga que ditaram a eliminação do FC Porto, na forma como aconteceram, mostraram que este troféu não está mesmo na prioridade dos dragões.
A lesão grave de Emídio Rafael no jogo contra o Gil Vicente, que atirou o defesa-esquerdo para o estaleiro até ao fim da época numa altura em que este tinha conseguido afirmar-se como titular.






Fevereiro


Se o mês de Janeiro começara e acabara mal, o de Fevereiro não podia ter também começado da pior maneira com o FC Porto a receber e a perder em casa com o Benfica nas meias finais da Taça de Portugal por 0-2. Uma falha de concentração de Maicon marcou o jogo logo nos primeiros minutos e 20 minutos depois o golo de Javi Garcia deu a necessária tranquilidade ao Benfica para gerir o resultado. Este resultado também serviu para mostrar a têmpera de Jorge Jesus que, se na derrota inesquecível por 5-0 no Dragão justificou o resultado com a incapacidade de David Luiz em cumprir o que lhe havia sido pedido e não com a superioridade mais que evidente do FC Porto, já neste jogo bradou aos céus uma suposta superioridade táctica do Benfica como garante da vitória. Este resultado teve contudo o condão de animar as hostes benfiquistas numa época que estava a ser, a todos os títulos, desastrosa.


Neste mês o FC Porto voltaria a conhecer o sabor da derrota ao perder em casa com o Sevilha num jogo com uma arbitragem miserável de Howard Webb que consentiu o jogo violento dos andaluzes e deixou os adeptos azuis e brancos à beira de um ataque de nervos. Ainda assim, esta derrota injusta não impediu o FC Porto de passar aos oitavos de final da Liga Europa, fruto da vitória na primeira mão em Sevilha, cidade-talismã, por 2-1.


Pelo meio 3 vitórias para o campeonato em 3 jogos, contra Rio Ave, Braga e Olhanense.


O jogo e o golo


Em Sevilha, o FC Porto enfrentou aquela que era a equipa tida como mais complicada que podia ter calhado em sorteio e que fora eliminada da Liga dos Campeões na pré-eliminatória pelo SC Braga após um jogo épico que culminou em 4-3 para os minhotos.


No Sanchez Pizjuán, o FC Porto sobreviveu à sufocante fúria andaluz e chegou mesmo a colocar-se em vantagem por Rolando. No entanto o Sevilha recolocou o empate no marcador por Kanouté e fez o estádio acreditar que a reviravolta era apenas uma questão de tempo. Foi aí que Villas-Boas tirou o coelho Fredy Guarín da cartola e o colombiano estabeleceria o resultado final a 5 minutos do fim, golo que seria determinante, como se viu depois, para carimbar a passagem aos oitavos de final da Liga Europa.







O melhor


A continuação da série vitoriosa no campeonato com a vitória por 2-0 em Braga, com 2 golos de Otamendi, naquela que era a saída mais difícil do FC Porto para além da ida à Luz, e que elevou novamente os índices de confiança da equipa.


A passagem aos oitavos de final da Liga Europa em detrimento do Sevilha, um dos grandes de Espanha e o adversário mais complicado que poderia ter calhado ao FC Porto.




O pior


A derrota com o Benfica no Dragão para a Taça de Portugal foi encarada como o sentenciar da carreira azul e branca na prova. Depois se veria que isso seria apenas o primeiro capítulo de mais uma proeza fantástica da época 2010/11.


A injusta derrota com o Sevilha no Dragão com uma arbitragem inacreditável de Howard Webb.






Março


Um mês 100% vitorioso! Com vitórias para o campeonato diante do Guimarães, Leiria e Académica, o FC Porto cimentou a liderança em relação ao segundo classificado, aumentando a vantagem de 8 para 13 pontos. Na Liga Europa, outro confronto digno da Liga dos Campeões diante do CSKA de Moscovo que redundou na passagem dos dragões aos quartos de final da prova.


O jogo e o golo


Em Moscovo, o FC Porto enfrentou não só o CSKA local como ainda o "General Inverno" da Rússia. Num campo gelado, em condições extremamente difícil, o FC Porto confirmou a tradição e voltou a vencer com o golo a ser apontado por Fredy Guarín aos 70 minutos. Estavam abertas as portas dos quartos de final da Liga Europa, mais uma vez à bomba!





O melhor

Um mês só de vitórias que elevou para 12 o número de vitórias consecutivas no campeonato e colocou o FC Porto à beira do título... antes do jogo com o Benfica.

As duas vitórias diante do CSKA que garantiram o apuramento para os quartos de final da Liga Europa

O pior

Que se pode dizer num mês assim? Devia ter havido mais jogos?




Continua...

quinta-feira, dezembro 29, 2011

Pinto da Costa, simplesmente o melhor dirigente do Mundo

Um ano de ouro (mais um) da história de sucesso do FC Porto não poderia fechar da melhor maneira. Na entrega dos Globe Soccer Awards no Dubai, Jorge Nuno Pinto da Costa recebeu o galardão de Melhor Dirigente do Ano 2011 e ainda o Prémio de Carreira, pelo acumular de títulos que o tornam um caso único na história do futebol mundial com um total de 56 (só no futebol).

A estes, há ainda que somar 17 no Andebol, 26 no Basquetebol, 57 em Hóquei em Patins (com um extraordinário decacampeonato e a lutar esta época pelo eneacampeonato), isto só para citar algumas das modalidades, não sendo de menor importância os registos alcançados na Natação e no Bilhar. Aliás, nesta última modalidade, o FCPorto é também um grande da Europa.

À frente dos destinos do FC Porto desde 1982, Pinto da Costa pegou no clube que vivia dias amargos e, com determinação e dedicação, fez dele um clube que é hoje uma referência internacional. Este registo ganha ainda mais significado se tivermos em conta que Pinto da Costa fez isso enfrentando não só os adversários desportivos mas também os poderes instituídos e saudosistas da outra trilogia nacional que era citada a par de "Deus, Pátria, Família".

Ao longo da sua gestão cometeu erros, é certo, mas é precisamente nas horas de fraqueza que se distinguem os melhores, pela sua capacidade de arregaçar mangas e ir à luta, de ultrapassar um momento menos bom com um mais brilhante ainda que os outros que para trás tinham ficado. Aí, Pinto da Costa é mestre.

Tivesse conquistado apenas metade dos títulos e Pinto da Costa poderia ainda ser considerado aquilo que é hoje: o melhor dirigente desportivo de todos os tempos!





Imagem: O Jogo

quarta-feira, dezembro 07, 2011

Afastamento da Liga dos Campeões...

Visão geral da Epoca:

Supertaça Europeia, derrota por 2-0 frente ao Barcelona;

Supertaça Nacional, Vitória por 2-1 frente ao V.Guimarães;

Taça de Portugal, eliminado na 2ª eliminatória, derrota por 3-0 frente à Académica;

Liga dos Campeões, eliminado num grupo onde era cabeça de série e terminou como a equipa mais fraca do grupo:

Vitória FCP-2-Shaktar-1
Derrota Zenit-3-FCP-1
Empate FCP-1-Apoel-1
Derrota Apoel-2-FCP-1
Vitória Shaktar-0-FCP-2
Empate FCP-0-Zenit-0

Saldo: 2 Vitórias, 2 Empates, 2 derrotas; 7 golos marcados, 7 golos sofridos; 8 pontos, 3ºlugar.

O problema foi portanto em casa, onde o FC Porto averbou 1 vitória e 2 empates, muito pouco para passar.

Campeonato Nacional, 1ºlugar em igualdade de pontos com o Benfica.

Parece que este ano vamos ser a "equipa do quase", ou do "ainda temos muito para ganhar"... espero é ganhar mais alguma coisa até ao final da Época...

Sem um bom avançado centro para jogos a sério, pois Kleber está muito verde para estas andanças, repito até á exaustão, o homem é fraco para o FCP depender dele.

Com um Walter sem perder peso e sem arrancar...

Dizem que agora é preciso vender jogadores para comprar um avançado de jeito, se tivesse sido comprado no inicio da época na vez de um dos laterais brasileiros que vieram e que ainda não jogaram, talvez o FCP não tivesse já perdido algumas competições, mas isso sou eu a dizer...

Mas se algum jogador não estiver satisfeito por jogar no FCPORTO, esta é uma boa altura de se reavaliar essas situações e se tirem clubes que paguem o que o FCP pede, devem sair, pois já chega de jogadores contrariados esta Época.

Para mim era dispensar o Walter (para o Brasil) e ir buscar um bom avançado, móvel e de bom toque de bola, e partir para um novo sistema de jogo, 442 losango.

Isto porque considero que Hulk tem de jogar solto na frente, e não preso a uma ala, e também não deve ser o avançado fixo do centro do ataque, pois não tem rotinas, como se vê contra equipas "grandes".

E depois porquê James é melhor a "10" do que a extremo, onde fica ausente do jogo...
E claro, porquê sem um bom matador, não adianta ter bons alas, pois para Walter e Kleber falharem ou se esconderem nas costas dos defesas, não adianta.
E os extremos que sobram, Varela não está em forma, Djalma é limitado para jogos "grandes" e C.Rodriguez deve estar de saida, logo não vai colocar o pé nem dar o máximo.

Com isto colocar a equipa a jogar doutra forma era para mim o ideal, mas dúvido que tal aconteça.

Até porque temos no plantel jogadores para esse sistema, onde com Fernando a pêndulo defensivo, para permitir que os laterais subissem, obviamente com um lateral direito de raiz, Danilo deve vir em Janeiro (finalmente), Fucile ou Sapunaru, e com A.Pereira e Alex Sandro (espero que seja mais utilizado pelo treinador)...

Temos 3 jogadores nº8 no plantel, Moutinho, Guarin e Defour, e ainda Sousa pode jogar ai... E como nº10 temos Bellushi (se ganhar forma) e James (que ficaria com as costas protegidas por 3 médios).


Jogo de ontem: FCPORTO-0 --- Zenit-0

Na globalidade, um bom jogo do FCP, mas sem concretizar, que era fundamental neste jogo, logo não consigo entender quem diz que o FCPORTO foi competente neste jogo, se importava era ganhar, então a competência não se mede pelo resultado final?

Ou seja, para mim não foi competente, e pouco me fascina a "vitória moral" do bom jogo ou de ir para a Liga Europa, pois duvido que este ano se ganhe essa prova.

Porque para isso era preciso que os jogadores se focalizassem a sério em ganhar TODOS os JOGOS em que entram e tenho muitas duvidas que Vitor Pereira consiga passar essa ideia aos jogadores.
E sinceramente estou com receio já no jogo de Aveiro, frente ao Beira-Mar, vamos jogar com uma equipa que sabe defender muito bem e o FCP com este nível de ineficacia ofensiva vai ter muitas dificuldades, espero estar enganado e que Vitor Pereira consiga "moralizar" a equipa para este jogo.

Concordo que o FCPORTO fez um bom jogo até a entrada da area, muita posse de bola, muita circulação com eficácia e com a defesa e globalmente a equipa concentrada em momentos defensivos... mas dentro da area contrária, não existiu discernimento, jogadores a acusar a pressão e sem um matador na equipa, pede-se a Hulk que resolva, com ele num dia não a nivel de finalização e de jogo colectivo, quem temos que desiquilibre???
Moutinho esteve bem em passes de ruptura, James na 2ªparte a criar desiquilibrios de posição mais recuadas, mas nas alas e na frente, nada de novo, com Kleber a ser quase inexistente para este nivel e o outro extremo apenas a cumprir, sem aparecer para definir, ou seja, falta de classe em alguns jogadores para continuarem na Champions.

Perde-se 4 milhões pelo afastamento e porventura mais um milhão por possivel passagem aos 4ºfinal, pois se o FCP ganha-se ontem, passaria para 1º do grupo e com um pouco de sorte podia sair algum clube menos cotado, mas nem isso o FCP soube aproveitar.

Nota Positiva: a forma como os jogadores encararam os ultimos 3 jogos, principalmente de forma profissional, dando tudo, tentando tudo, mas este é um plantel com carências em algumas posições e isso já não depende dos jogadores.

Mas tivessem os jogadores dado tudo em todos os jogos e não tivessem feito birras e estariamos concerteza na fase seguinte, tanto na Champions como na Taça, mas para isso é preciso pulso... para saber liderar um balneário...

Nota muita negativa, para a forma como o FCP não aproveita os lances de bola parada, os livres sairam todos mal, á excepção de um remate de muito longe do Hulk.
Os livres ou cantos laterais são uma miséria, já não me lembro do FCP marcar um golo a partir de um lance destes, não se trabalha nos treinos ou só nos jogos é que não sai nada???
Os jogadores não ganham uma bola aerea na area contrária, assim fica dificil, se não se consegue aproveitar estes lances, perde-se um momento fundamental do jogo para fazer golos...


Nota negativa:Vitor Pereira insiste em Maicon a defesa direito, e foi o que ele foi, defesa direito, não ala direito, o que reduziu os movimentos ofensivos do FCP pela direita, onde não tinhamos ninguêm a fazer o vai-vem, ele jogou mal, não, até fez um jogo bom a defender, mas um defesa direito do FCP não pode ser tão limitado, mas Vitor Pereira é que sabe, nota-se pelos resultados...

Jogadores:
Helton, apenas na parte final foi colocado á prova e teve á altura a jogar como libero da defesa.
Maicon, muito bem a defender, tanto a lateral como a central, mas inexistente a atacar, mas a culpa não é dele.
Rolando, concentrado, e assim a sua subida de rendimento nota-se, bem nos cortes e nos passes.
Otamendi, dos melhores jogos esta Época, concentrado e mesmo com um amarelo, esteve sempre seguro na defesa, saiu perto do fim.
A.Pereira, bem na defesa e bem a apoiar o ataque pela esquerda, mas não vai cruzar á linha como ia o ano passado, talvez por saber que na aéra não está Falcão, e então faz os cruzamentos ainda detrás da linha da grande área e isso limita a eficácia dos cruzamentos, pois fica mais fácil para os defesas anular esses centros.
Fernando, muito bem na sua área de acção, principalmente na recuperação, faltou mais discernimento na hora de circular a bola com passes mais directos para os avançados.
João Moutinho, o melhor do FCP, ganhou muitas bolas e definiu quase sempre bem, com alguns passes de ruptura muito bons, pena é que os remates dele não sejam mais fortes.
Deffour, menos bem neste jogo, apenas jogou a 1ªparte, pois julgo que com a pancada que sofreu perto do intervalo, saiu lesionado, mas não estava nos seus dias a nivel de movimentação ofensiva.
Djalma, lutador qb, tacticamente disciplinado, falta-lhe classe para estes jogos, pois não pode falhar um golo como o que falhou logo aos 7m..
James, escondido na 1ªparte a jogar a extremo, muito melhor a jogar a "10", onde pegou no jogo ofensivo do FCP, falhou um golo na cara do GR, excelente defesa, criou lances pelo meio em tabelas e passes, rematou, mas não acertou nas redes...na parte final estava de rastos e já não conseguia ter discernimento.
Hulk voltou a jogar 45 m entre os avançados, mas sem rotinas para jogar em ataque continuado, enfiado entre os defesas centrais, não conseguiu fugir em velocidade, pois os russos jogaram em bloco baixo e não permitiam esses movimentos e como as tabelinhas não apareciam e ele não conseguia espaço para rematar fora da area...
Na 2ªparte, com a entrada de Kleber, Hulk voltou para extremo direito, mas muito preso ao flanco, sem grandes movimentos de ruptura e como a jogada que mais fazia o ano passado custa a sair este ano por falta de rotinas dos colegas para abrirem espaço para ele ir da direita para o centro para ter vários remates limpos no centro, perde-se em fintas e individualiza muito o jogo, falhou um golo no inicio da 2ªparte que é impeordavel para um jogador como ele, que tem de definir, pois se ele não desiquilibra, não restam muitas opções...
O problema é que entra Kleber, fez toda a 2ªparte, e se não lhe derem uma bola onde só precisa de encostar, ele não consegue criar uma jogada, nem fintar um defesa contrário... é quase jogar com 10, tal a ineficacia de movimentos com a equipa que ele tem, umas tabelinhas pelo meio, mas é muito estático para este modelo de jogo do FCP.
Varela, entrou por Djalma, mas este Varela está sem ritmo, sem fé nele próprio e não desiquilibra.
Bellushi, entrou a 10m do fim por Otamendi, a jogar mais sobre a direita no meio campo, mas não trouxe nada de novo.

Foi também um jogo onde faltou sorte, pois tantos remates, e nem um golo, que neste tipo de jogos faria toda a diferença, mas a sorte também se trabalha, e falhar golos na cara do GR não pode acontecer a este nivel.

Arbitragem teve um erro claro, aos 45m., um jogador do Zenit, nº20 comete uma falta dura para amarelo, seria o segundo e teria de ser expulso, tal não aconteceu e poderia ter feito toda a diferença na 2ªparte.

Adenda, se o FCP tem passado em primeiro, tinha como possiveis adversários:

Napoles, Cska, Basileia, Lyon, Bayer Lerkusson, Marselha, Milão

Cairam para Liga Europa:

Man. City, Trabzonspor, Man. United, Ajax, Valencia, Olympiakos, Plzen

Sinceramente, um lote de equipas muito forte para disputar a Liga Europa este ano...

Força PORTO para os proximos e decisivos jogos no Campeonato, Beira-Mar e Maritimo antes da paragem de Natal, não peço menos, 6 pontos, concentração ao maximo e confiança no grupo e na equipa...

sábado, dezembro 03, 2011

A Semana: da questão do treinador à vergonhosa comunicação social que temos

Mudança de rumo?

Depois de uma decepcionante exibição em Coimbra, que redundou numa derrota por 3-0 diante da bem organizada Académica, não faltaram paineleiros a promover as exéquias da equipa do FC Porto. Eu próprio, confesso, fiquei algo pessimista em relação ao futuro próximo da nossa equipa já que se avizinhavam dois compromissos importantes: Shaktar para a Liga dos Campeões e SC Braga para o campeonato, ambos ossos duros de roer.

A resposta foi a melhor possível com duas vitórias importantíssimas a abrirem excelentes perspectivas na competição maior de clubes da Europa e a manterem o FC Porto na liderança do campeonato. Vendo as últimas duas exibições e comparando com o jogo de Coimbra, é caso para perguntar o que mudou de um jogo para os outros? Fundamentalmente a atitude dos jogadores!

Continuo a dizer que Vítor Pereira não é treinador para o FC Porto ou, se o é, isso ainda está para provar. A preocupação excessiva em dar o seu "cunho" à equipa, levou ao abandono das rotinas que caracterizavam o FC Porto avassalador da época passada. A fixação cega no 4-3-3 colocou muitas vezes o FC Porto em cheque. Parece agora que houve uma mudança para um 4-2-3-1 que redundou nas duas vitórias acima citadas, com Hulk a ser posicionado a ponta-de-lança. Por outro lado, também há que apontar algumas falhas na leitura do jogo e nas substituições que vai fazendo e que nada trazem ao jogo. Não concordo com a aposta continuada em Maicon como defesa direito (P. Emanuel soube explorar muito bem esse facto) e a inclusão de Hulk no eixo de ataque resulta bem em alguns jogos mas noutros já pode ser nocivo para o FC Porto.

MAS... com os jogadores que o FC Porto tem, a equipa deveria ser capaz de render algo mais em determinados momentos. O que falha então? A mentalidade de alguns jogadores que fizeram com que estivessem a léguas daquilo que já lhes vimos fazer. O puxão de orelhas presidencial após o jogo de Coimbra parece ter surtido efeito e, tenha ou não acontecido o falado compromisso entre jogadores, treinador e presidente, os resultados estão à vista.

Veremos agora nos próximos compromissos se a tendência é para manter e se na próxima Terça-feira, como todos esperamos, o FC Porto confirma o apuramento para a próxima fase da Liga dos Campeões e no Sábado deixa em Aveiro a boa imagem que não deixou nesse estádio contra o corajoso conjunto do Feirense.

Os assobiadores profissionais

O adepto do FC Porto é por norma um adepto mal habituado e que exige sempre um elevado padrão de qualidade no jogo e nos resultados da equipa. Épocas fantásticas como a última ajudam a fomentar esta exigência mas, por outro lado, fazem com que muitos adeptos esqueçam os caminhos difíceis que este clube já teve de percorrer e as várias frentes de luta em que teve de se envolver (e que hoje ainda enfrenta) para alcançar o estatuto de clube português de maior prestígio.

É legítimo ficar-se decepcionado com exibições recentes e eu próprio não fico nada contente mas fico furioso a sério quando vejo adeptos a darem-se ao trabalho de ir insultar e apupar a equipa quando ela mais precisa de apoio. É claro que a própria mentalidade portuguesa tem influência nessa atitude e é muito fácil ser adepto quando as coisas correm bem do que quando correm mal. Os portugueses são assim por natureza. Estão habituado a puxar pela sua equipa depois desta puxar por eles, mas haja bom senso!

Para apupar e insultar a equipa mais vale despirem a camisola azul e branca, que tantas boas memórias nos traz, e vestirem uma vermelha pois é essa que servem nesse momento.

Do camarada Valdemar ao festejo de Pedro Gil

Parece que o camarada Valdemar, a que alguns chamam jornalista para desprestígio da própria classe dos jornalistas, se viu em apertos após o jogo entre o FC Porto e o SC Braga, jogo em que o camarada Valdemar se fartou de maldizer o que viu e ainda de inventar mais umas quantas coisas que não viu, no cumprimento do seu já conhecido sentimento anti-portista.

Não sei se o camarada Valdemar levou mais ou menos bofetadas do que aquele senhor de sotaque brasileiro que, há uns anos e à frente de um agente da autoridade, levou umas bofetadas na sua chegada ao aeroporto da Portela por parte de um segurança que, de vez em quando, ao que parece, faz uns biscates em túneis, e que na altura escoltava um conhecido comerciante de pneus e empresário de construção civil, que ultimamente tem feito muito bons negócios em Espanha nessa área.

Não interessa para o caso nem sei se terá ou não as mesmas consequências judiciais que esse caso teve na altura. O que sei é que o camarada Valdemar acabou por colher, infelizmente da pior forma, aquilo que ele mesmo tem vindo a semear com elevado ânimo.

Noutra modalidade, numa notícia publicada ontem, a Bola Vermelha mostra que o seu empenho na propaganda vermelha continua ao mesmo nível da imaginação dos que infestam as instalações do diário. Desta vez viram num festejo do hoquista Pedro Gil uma manifestação de reivindicação de supostos pagamentos em atraso.

Ao ver as imagens fiquei também convencido disso pois vi na expressão de alegria efusiva de Pedro Gil uma expressão de alegria que só tem comparação com a alegria que tenho visto no rosto dos participantes das manifestações que têm acontecido por essa Europa fora.

Senhores "jornalistas", com franqueza...! Há locais e alturas próprias para se dedicarem à produção de ficção literária.

Nem um penalty artístico lhes valeu...

Ontem, o anunciado vencedor de todas as competições em que participava na corrente época sofreu um inconveniente dissabor ao perder com o Marítimo por 1-2, sendo eliminado portanto da Taça de Portugal e nem lhes valendo um penalty fantasma assinalado sem hesitação pelo camarada Paulo Baptista.

Fica no entanto desse lance o registo de um momento de rara beleza artística e também a confirmação de que, pelas bandas da Luz, o movimento de queda no relvado é trabalhado de forma assídua nos treinos. Vejamos os dois exemplos mais recentes:

Movimento 1: Nolito efectua um movimento de queda que lembra o estilo "tronco seco na floresta", deixando um sulco cavado no relvado com a perna direita em jeito de cedilha para acentuar o efeito estético do movimento. Nome de código "Manobra do Lavrador Andaluz".



Movimento 2: Artur efectua uma manobra de simulação da presença de um franco-atirador nas bancadas após indicação do melhor treinador do Mundo. Nome de código "Manobra Sarajevo".