O sistema

Post do Mário Faria no fórum do Portal dos Dragões:

" Quando Dias da Cunha (DC) fala no “sistema” quer significar que o FC PORTO se serve de elementos que, não compondo uma organização, funcionam corruptamente para servir o nosso clube na obtenção dos resultados desportivos. Disse mais : que os rostos do sistema eram Pinto da Costa (PC) e Valentim Loureiro (VL).O SLB tomou uma posição mais inteligente, foi à boleia de DC, pois sabe bem que é o principal usufrutuário da fragilização de PC e do FC PORTO. Quando DC e Luís Filipe Vieira (LFV) falam do sistema, sabem bem que têm o apoio maciço da comunicação social e grande audição em quase todas as instâncias do estado. E não inventaram a pólvora. Ninguém tem (ou mantém) o poder (no futebol) se não contar com o apoio da comunicação social e uma grande cumplicidade junto do aparelho de estado. Bush inventou o jornalismo “embedded” para que as notícias sobre a guerra do Iraque fossem à medida dos seus interesses militares. O SLB, o SCP e os (seus) jornais praticam coisas muito semelhantes, mas com uma originalidade : para parecer que são abertos e plurais convidam uma personalidade próxima do FC PORTO e emprestam-lhe um pouco de espaço para demonstrar que colhem todas as opiniões. Desde que o FC PORTO passou a ser o inimigo principal e o adversário a abater, DC passou das palavras aos actos. Em nome da ordem e da legalidade, foi fácil criar condições e manipular situações que ajudaram ao envolvimento de muitas vontades e personalidade e que acabaram por desaguar no PREC (Processo Regenerativo Em Curso), nas suas duas vertentes: a particular que tomou o nome de “Manifesto” e a oficial de “Apito Dourado”. Ambos têm o mesmo fim e servem a mesma causa: constituir instituições formatadas para servir os interesses dos clubes do Sul (em geral) e da 2ª. Circular (em particular).Este será o sistema legal despojado de corrupção. Exemplo : o presidente do Conselho de Arbitragem é do Sporting mas é homem suficiente para escolher o Proença para apitar um jogo do SLB, num jogo de capital importância. Vai ser mais ou menos assim, provavelmente com mais Coroado, mais sumaríssimos, mais grandes penalidades e muitas expulsões : vocês sabem do que eu estou a falar.

Sobre o tema do sistema, da importância do futebol, da manipulação da comunicação social a favor dos clubes da capital, relembro aqui parte de dois artigos escritos há já algum tempo, mas perfeitamente actuais: (…)

O futebol tem um excelente poder analisador sobre os tiques nacionais : as guerras Norte-Sul, as identidades regionais, os mecanismos de ascensão na notoriedade pública através do exercício de cargos dirigentes…. Mas o que esta época futebolística, a tal respeito tornou mais evidente foi o tique centralista….”(…) Tudo isto seria apenas engraçado se não tivesse um poder analisador sobre um dos fenómenos que mais têm atado Portugal a uma cultura mental e a uma falta de vistas constrangedora: o centralismo lisboeta.
O Benfica, nos tempos do Império, era o elemento identitário da nossa transterritorialidade e a nossa marca nacional no palco das nações.Perdido o império e relativizada a ideia de Estado-nação com as geografias da pós-modernidade mais marcadas por euro-regiões, por comunidades autónomas e por áreas metropolitanas, esvaziou-se o seu velho papel simbólico. É a nostalgia desta era que faz os dirigentes benfiquistas afirmar ritualmente a sua grandiosidade planetária ou os seus seis milhões de adeptos espalhados por todo o país. Só que o mundo já não é como nos anos 60 e Eusébio já tem 60 anos. E o Benfica já não tem sentido como símbolo do Estado-nação ou como totem do povo. A tentativa desesperada de lhe manter esse estatuto não resiste àquilo que faz, de facto, as grandes equipas: as vitórias e os títulos nos grandes palcos internacionais. E esses o Benfica da última década já não os tem.A importância que, mesmo na sua ausência, continua a dedicar-lhe a comunicação social é bem o signo dum centralismo míope e auto convencido…” (Luís Fernandes in Público)

(…) Aquela insuportável postura de «somos um clube diferente, fundado por um Visconde, verdadeiro clube de cavalheiros e desportistas puros, integramos a elite do país, ministros, generais, presidentes, titulares, não nos confundimos nem misturamos nem com o povo benfiquista nem com esses marginais selvagens do Porto, essa gente que tem de comprar o que a nós nos é dado de graça — os favores da arbitragem…» (MST in A Bola)

É esta mistura muito fina que quer governar o futebol e acabar de vez com a ousadia do FC PORTO em querer concorrer com tão importantes rivais. Eu não me iludo : o “Manifesto” e o “Apito Dourado” são as duas faces da mesma moeda e constituiriam uma vergonha num país de verdadeira tradição democrática. "

" SISTEMA II : ESTAMOS ENTREGUES À BICHARADA

1. Odiavam as vitórias do FC PORTO, tanto mais quanto eram conseguidas nacional e internacionalmente,

2. Essas vitórias concludentes, universalmente reconhecidas, retiravam força à argumentação que o nosso clube só ganhava com ajudas espúrias ;

3. A denúncia do sistema, que é uma forma hipócrita de dizer corrupção, anunciada com pompa e circunstância na TV, precisava de ganhar foros de legitimidade, pois não era compreensível (até para os mais estúpidos) que o campeão europeu e mundial precisasse de favores para vencer os adversários indígenas, bem mais fraquinhos que os nossos contendores estrangeiros ;

4. Havia então que pedir ajuda ao Estado : DC e LFV contam com inúmeros amigos dentro do aparelho de estado, judicial e da imprensa livre (de “bater” no FC PORTO), e não foi difícil deitar mãos à obra ;

5. Uma denúncia anónima, bastou para despoletar toda a acção que inicialmente titularam de “morte ao dragão dourado”, mas que por decoro, recebeu, oficialmente, o nome de “(a)pito dourado” (por decoro retiraram, igualmente, o parêntesis que envolvia o artigo “a”) ;

6. O sistema e a sua denúncia, serviu para fragilizar PC e enfraquecer o FC PORTO. O VL foi o “inocente” que teve de ser degolado para dar mais credibilidade e abrangência à acção da justiça.

7. DC foi a marioneta do novo senhor, que só teve de puxar os cordelinhos. Hoje, LFV manda e comanda o futebol deste país. Ele é o “sistema”, com a bênção das instituições públicas e privadas, a que acresce a propaganda activa da comunicação social livre e independente

.8. LFV explica a DC, copiando Bush pai, o que é definitivamente o sistema: “ read my leeps : I’am the system, stupid "