segunda-feira, setembro 06, 2010


Um seleccionador suspenso por, graças a um desabafo em tons de turpilóquio, ter criado sérias dificuldades a uma brigada anti-doping, uma Federação ilegal que veio declarar que a Selecção nem sequer precisava de treinador, eis o contexto no qual Portugal jogou contra Chipre na Sexta-feira. O que se viu foi que, se o piloto automático está a funcionar, está seriamente descalibrado e, para agravar o cenário, também a defesa entrou em modo de suspensão. Resultado: um empate que, não sendo para já comprometedor, envergonha - e de que maneira! - os "craques" lusitanos.

Foi pouco inteligente da parte de Madaíl contribuir para, no meio de uma situação tão turbulenta, reforçar a ideia pré-concebida de que o jogo contra Chipre seria todo ele facilidades. Afinal, Portugal ocupa o 8º lugar (já foi 3º há bem pouco tempo) do ranking da FIFA enquanto o Chipre ocupa um miserável 63º lugar.

O que se viu foi uma equipa de Portugal mais preocupada em atacar, esquecendo-se de defender, cometendo erros pela nítida sobranceria que pôs em campo, enquanto Chipre fazia pela vida sabendo que o adversário, pelo menos teoricamente, lhe era superior. Afinal, Portugal fez 4 golos e, sendo assim, pelo menos no capítulo da concretização fez o que era esperado, podendo até ter feito mais golos. O problema foram aqueles inacreditáveis 4 golos sofridos.

Podemos questionar as opções tomadas pelo seleccionador, ou pelo piloto automático (nesta altura já estou confuso), nomeadamente a opção por Meireles, que esta época apenas jogou alguns minutos pelo FCPorto, em detrimento de Moutinho, que tem sido titular indiscutível, ou ainda a opção por Manuel Fernandes, também sem ritmo e com um crónico problema de indisciplina táctica, em detrimento de Miguel Veloso. É certo que ambos marcaram dois golos (desta vez Manuel Fernandes não precisou de rematar 20 vezes) mas também tiveram falhas comprometedoras.

Já a defesa... que dizer? Os defesas laterais esqueceram-se de que a designação do seu posto específico inclui o termo "defesa" e só tiveram olhos para o ataque, desprotegendo as alas e dando liberdade aos cipriotas para as explorarem. Do quarteto defensivo, apenas Ricardo Carvalho se safou no naufrágio mas nem o "Kaiser" tem o dom da omnipresença.

Fica portanto a amargura de 2 pontos perdidos em casa, num jogo de vitória obrigatória, e a necessidade imperiosa de conquistar uma vitória na Noruega. Resta apenas a incógnita sobre qual será a equipa que se irá apresentar na Terça-feira. Com Coentrão lesionado (vai uma aposta que joga contra o Guimarães?) e Miguel ... "à Miguel", é um dado adquirido que Sílvio vai entrar na equipa. Resta apenas a incógnita sobre se Miguel Veloso entrará também para o lado esquerdo. No meio campo, Tiago e Moutinho (des)esperam pela titularidade mas a alteração mais importante será para mim a substituição de Manuel Fernandes, seja por Meireles (que deverá ter pulmão para cerca de 60 minutos) ou por Veloso, dependendo das restantes escolhas.

A ver vamos a sorte que nos espera em terras do "Fiel Amigo".

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