segunda-feira, setembro 13, 2010

FCPorto 3 x 2 SC Braga - Estádio do Dragão, Capital Nacional do Futebol!


Se dúvidas houvesse, o jogo do último Sábado serviu para afirmar inequivocamente o FC Porto e o Sporting de Braga como as duas melhores equipas portuguesas do momento e, ao mesmo tempo, contra todas as expectativas criadas em torno de um bicampeão anunciado, demonstrar que o FCPorto reencontrou a dinâmica que fez de si a referência maior do futebol português sem teias de aranha.


O jogo era sem dúvida cabeça de cartaz da 4ª jornada já que o vencedor garantia o 1º lugar da classificação. Tratava-se também do 2º grande teste da época, depois da vitória "sem espinhas" na Supertaça, diante de um adversário que vinha de uma estrondosa vitória em Sevilha, onde conseguira a qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões. Ingredientes mais que suficientes para justificar um Estádio do Dragão praticamente lotado (47.617 espectadores).

O jogo começou com um ascendente do Braga, mais pressionante e agressivo sobre a bola, fiel às ideias lançadas pelo seu treinador na antevisão do jogo apesar de não criar situações claras de golo. O FCPorto por seu turno apresenta um ritmo algo lento, pontuado por passes errados (neste particular Rolando destacou-se com passes incompreensíveis). Com o jogo algo bloqueado tacticamente, acabou por ser um lance de bola parada a fazer a diferença. Luís Aguiar (que ao contrário do que o Record afirmou não foi oferecido a custo zero ao Braga mas sim Alan) na marcação de um livre, atirou do meio da rua sem hipóteses para Helton fazendo um grande golo.

O FCPorto pareceu finalmente despertar com o golo do Braga e a primeira ameaça surgiu por intermédio daquele que seria a grande figura da noite com Hulk a atirar à barra da baliza defendida por Felipe na marcação irrepreensível de um livre. Foi curioso verificar que Villas-Boas começou por colocar Hulk à esquerda e Varela à direita, ambos com pouco apoio por parte dos defesas laterais. A partir do momento em que trocaram de posição e Hulk passou para a direita, passando a ser marcado por Elderson, verdadeiramente o elo mais fraco da defesa bracarense, o jogo começou a pender mais claramente para o FCPorto.

O empate surgiria à passagem da meia hora, com Hulk a deixar Elderson "nas covas" e a fazer um cruzamento perfeito para Varela marcar o golo que "acordou" o Estádio do Dragão.

Após o intervalo, tristemente marcado por actos que em nada engrandecem o FCPorto mas que abordarei adiante, tudo levava a crer que os dragões, à semelhança do que tem acontecido nos últimos jogos, voltassem melhores (nitidamente dedo de Villas-Boas). Contudo, acabou por ser o Braga a marcar novamente com um golaço de Lima, aparentemente talhado para marcar ao FCPorto.

Na época passada a história do jogo terminaria aqui, talvez até mesmo tivesse já terminado ao quarto de hora com o golo de Aguiar, mas este não é o FCPorto do ano passado. Este é um FCPorto que sabe o que quer, que tem ambição, que não se descontrola nem se conforma perante a adversidade. Nesta altura, disse a quem se encontrava ao meu lado que, se o FCPorto quisesse efectivamente ser campeão então iria ganhar este jogo e foi o que aconteceu.

Sem dar muito tempo aos festejos, num lance de inconformismo, Hulk levou a bola para o ataque, combinou com Álvaro Pereira que apareceu na área(!!) e serviu magistralmente o brasileiro com um toque de calcanhar e este, contando ainda com a atrapalhação de Elderson, que se estatelou ao comprido, fuzilou Felipe para o 2-2. Domingos mostrou a sua irritação e retirou de imediato o defesa-esquerdo, fazendo entrar Miguel Garcia que foi para a direita por troca com Sílvio que veio para a esquerda para tentar estancar a avalanche chamada Hulk.

Ora, o calcanhar de Aquiles do Braga reside este ano no facto de apenas ter um defesa lateral de grande nível que é Sílvio e, ao procurar tapar o lado esquerdo, Domingos acabou por aliviar a pressão sobre Varela que, pouco depois faria o 3-2 após uma grande jogada de Falcao que entrou na área partindo da esquerda e levando consigo Miguel Garcia e Vandinho, a bola no ressalto após um corte do português sobrou para Varela que, na passada, atirou uma "bomba" para a baliza bracarense e ali sentenciou o jogo.

Até ao final assistiu-se a uma exibição personalizada do FCPorto que soube gerir bem a posse de bola e a uma imagem de enorme sacrifício de Hulk que, em grandes dificuldades físicas, só com vontade férrea, a mesma que foi imagem deste FCPorto durante o jogo, resistiu até ao apito final.

Para a história fica o resultado e a memória de um fantástico jogo de futebol que merecia, este sim, ter tido prolongamento. Segue-se agora a recepção ao Rapid de Viena na estreia na fase de grupos da Liga Europa.


As bolas de golfe

Há atitudes que sendo injustificadas e descabidas acabam por resultar no denegrir da generalidade em função do gesto de um punhado. Aquele acto infeliz de atirar bolas de golfe em nada edifica a imagem do FCPorto e dos seus adeptos e só mostra que há quem, definitivamente, esteja a assistir a um jogo de futebol por puro equívoco. Que tal poupar o dinheiro da aquisição do próximo lote de bolas e dá-lo como contribuição para pagar a multa à Liga?


2 comentários:

dragao vila pouca disse...

Na primeira-parte vimos um Dragão que não entrou bem, que esteve lento, pouco pressionante, desinspirado, até nervoso e que foi incapaz de perceber como devia enfrentar uma equipa compacta, organizada, que defende bem e com muitos, um Dragão que apenas reagiu depois de sofrer um golo, que se calhar não merecia - A equipa de Domingos estava bem, controlava, mas não criava perigo. A perder o conjunto portista soltou-se, passou a jogar melhor, mais rápido, com mais gente a aparecer na frente e chegou ao empate, justo, depois de uma grande jogada de Hulk, concluída por S.Varela, que se limitou a empurrar.
Nada mais digno de registo se passou na etapa inicial...

Na segunda-parte tudo foi diferente. O F.C.Porto entrou forte, esclarecido, dominador, a jogar bem, encostou o Braga lá atrás, criou um e outro lance de golo e quando se esperava o golo portista, contra a corrente do jogo, no único remate que a equipa de Domingos fez à baliza, Lima - parece talhado para marcar ao F.C.Porto...- colocou os bracarenses em vantagem. Mesmo sendo esse um dos encantos do futebol, foi injusto, muito injusto para o conjunto de Villas-Boas... Mas este é um Grande Dragão, um Dragão que tem crença, tem atitude, tem alma, força anímica, vontade de vencer, não se deixa abater, sabe reagir e mesmo que tivesse beneficiado de ter conseguido logo de seguida o golo do empate, com tudo o que isso significou em suporte psicológico, não se conformou, não abrandou e conseguiu chegar à vantagem e à vitória. Uma vitória cristalina, justa e indiscutível, frente a um bom adversário, sem dúvida, mas que hoje mereceu perder, ao contrário da ideia que tentou passar o treinador bracarense. Utilizando argumentos de sorte para a frente e ressaltos para trás, chegando a dizer que a vitória caiu para o lado do F.C.Porto, mas podia ter caído para o lado do Braga, Domingos Paciência não deve ter visto bem o jogo. O Conjunto azul e branco fez quatro remates?! e quantos fez o Braga, Domingos?

Resumindo: quando digo que o Grande Dragão está de volta, não é porque a exibição fosse de uma exuberância que me tenha enchido completamente as medidas. Não, estivemos pouco inspirados na primeira-parte - até ao empate - e muito bem na segunda. O que me deixa feliz e tranquilo, é aquilo que a equipa portista - treinador incluído - mostra, noutra componente, naquilo em que o F.C.Porto sempre foi forte e que na temporada anterior só aparecia de vez em quando, nos jogos em que se faziam apelos ao brio e ao carácter do grupo. Como referi anteriormente e que resumidamente, repito, a atitude, vontade de vencer, um enorme espírito de grupo, junto a princípios de jogo bem definidos, são a imagem de marca deste F.C.Porto e isso também tem a ver com o líder da equipa técnica.

Hulk fantástico, mas a equipa, a equipa é que está forte.

Um abraço

BestOfFutebol disse...

Olá caro colega…
Como já deve saber, o Blogue BestOfFutebol começou um movimento chamado “Movimento dos cravos” que tem como intenção, levar a que nos juntemos e que recebamos o Benfica com cravos, que já foi uma flor que simbolizou um outro tipo de regime (mais às claras)

Como acreditamos que só unidos podemos marcar a diferença, e podemos desmoralizar completamente as pessoas que tentam a todo o custo passarem-se por vitimas e nos querem colocar a nós como os “Maus da Fita”

Queremos convida-lo a participar e também a fazer parte deste marco… Iremos marcar o nome nas T-shirts de todos os Blogues/Fóruns que tiverem mais do que 30 pessoas, para mais tarde todos possamos dizer: Nós estivemos lá!!!

Agradeço que leiam estes dois post:
1º http://www.bestoffutebol.com/2010/10/autocarro-do-benfica.html
2º http://www.bestoffutebol.com/2010/10/movimento-dos-cravos-receber-o-benfica.html

Para ser mais fácil entenderem toda a ideia e para que tenhamos todos o mesmo tipo de discurso e de foco… Qual quer duvida: bestoffutebol@gmail.com