Numa semana em que o invulgar CD da Liga, através do exibicionismo compulsivo da sua figura "maior", dera a conhecer o resultado de mais uma das suas interpretações muito particulares da lei, o FCPorto recebeu o Braga num contexto muito particular. Depois de um grande momento de declaração de união por parte do plantel, mais uma vez no aquecimento a equipa voltou a mostrar solidariedade para com Hulk e Sapunaru, envergando uma t-shirt com o nome de ambos.
O momento mais emotivo que antecedeu o jogo acabou no entanto por ser o minuto de silêncio em homenagem às vítimas do temporal na Madeira, sublinhado com forte aplauso vindo das bancadas e a emoção muito particular do mais recente craque azul e branco, Ruben Micael, que não largou a bandeira da região autónoma.
O momento mais emotivo que antecedeu o jogo acabou no entanto por ser o minuto de silêncio em homenagem às vítimas do temporal na Madeira, sublinhado com forte aplauso vindo das bancadas e a emoção muito particular do mais recente craque azul e branco, Ruben Micael, que não largou a bandeira da região autónoma.
Quando Olegário Benquerença apitou para o início da partida, poucos esperariam o que aconteceu nos 90 minutos que se seguiram: um FCPorto que vulgarizou completamente o Sp. Braga, derrubando a imagem de extrema organização táctica que a equipa de Domingos Paciência tinha vindo a deixar desde a 1ª jornada, sem argumentos para contrariar o caudal ofensivo que o Dragão ontem descarregou sobre a defensiva bracarense, sobretudo a partir do flanco esquerdo.
Se até ao primeiro golo ainda existiu algum equilíbrio, a partir do 1º golo, uma assistência primorosa de Varela (que grande jogo!) para a finalização de Meireles, só deu FCPorto! A largura de jogo dada pelas alas do FCPorto, sobretudo a esquerda, abriu espaços no meio que foram explorados de forma excepcional por Micael e Meireles, sendo que na frente Falcao foi um quebra cabeças para os adversários. Dá gosto ver jogar o colombiano, cheio de confiança, a ser capaz de assumir a iniciativa para vir atrás pegar na bola e dar ele próprio início aos movimentos ofensivos, revelando depois um notável instinto de finalizador. Facto importante: Falcao com os 2 golos obtidos ontem, tem agora 16 golos marcados, menos um que Cardozo, embora este último tenha 6 golos obtidos de penalty contra 1 do colombiano.
Em grande estiveram também Varela e Álvaro Pereira. O jovem português coroou a sua exibição com duas assistências perfeitas para golo e que cansa só de ver correr. Graças a ele, Filipe Oliveira terá com certeza tido pesadelos esta noite. Já Álvaro Pereira, o tal que afinal foi preterido no Benfica em favor de Schaffer, voltou a fazer uma grande exibição mas desta vez mais notável pelo fantástico golo marcado "do meio da rua" e que só levanta questões em relação ao desempenho de Eduardo nesse lance porque Álvaro não se chama Cristiano Ronaldo. Juntamente com Varela formou uma ala esquerda temível. Coincidência ou não, 4 dos 5 golos nasceram do lado esquerdo do ataque do FCPorto.
No meio, Micael e Meireles entenderam-se às mil maravilhas e se Meireles marcou na sequência de uma jogada-tipo do FCPorto, já Micael por duas ocasiões esteve perto de conseguir o golo que tem vindo a justificar. A jogar assim, não tenho dúvidas que vai conseguir naturalmente um bilhete para a África do Sul, juntamente com Varela.
Na direita, Fucile também ajudou a dar profundidade ao ataque, embora este flanco não tenha tido a mesma acutilância do esquerdo já que Mariano não tem a dinâmica de Varela. Apesar de tudo, o argentino tentou várias vezes o golo, sendo a ocasião mais flagrante o lance em que se isolou à saída do meio campo mas, pressionado pelo defesa que recuperou terreno e pela saída de Eduardo acabou por atirar um pouco ao lado, e soltou-se sobretudo na ponta final, dado o espaço que o Braga abriu ao avançar no terreno. Foi nesse período que Mariano criou a jogada para o golo de Belluschi, um golo à "futsal", Belluschi que pouco depois seria alvo de uma entrada bárbara por parte de um adversário que, por sorte, não lhe partiu a perna.
Este lance acabou por ser a cereja no topo do bolo da actuação de Olegário Benquerença que de forma incompreensível apenas mostrou o cartão amarelo ao jogador do Braga. Já antes Mossoró não vira o 2º amarelo por pontapear uma bola para a baliza depois do apito do árbitro (embora se possa discutir a justiça do primeiro) e Paulo César também se safara do vermelho após tentar agredir Fucile à cabeçada (mal o "teatro" do uruguaio). Há que reconhecer no entanto que ficou também uma grande penalidade por assinalar contra o FCPorto, já que Meireles derrubou Mossoró na área. Portanto, uma exibição em grande de Olegário, apesar dos elogios de Ruben Micael que hoje são reproduzidos na imprensa.
Agora o Sporting
A próxima jornada traz consigo o reencontro com o Sporting, equipa que este ano conta por derrotas os jogos com o FCPorto. Fica para já a grande incógnita: que equipa vamos ter em Alvalade? O FCPorto de contenção que amiúde temos visto ou o FCPorto de ontem e de Quarta-feira, capaz de lutar do 1º ao último minuto, disputando cada lance como se fosse o último?
Fotos: FCPORTO