Por terras do Al-Garb (gosto mais desta designação do que da neo-mariquice "Allgarve"), o FCPorto não conseguiu impor o seu favoritismo e foi derrotado pelo ABC por 26-30, perdendo assim a oportunidade de conquistar a sua 8ª taça de Portugal e de se aproximar do mesmo ABC em termos de palmarés (o ABC tem agora 10 taças sendo o segundo mais titulado, contra 12 do Sporting que é o clube que mais taças de andebol venceu).
Ressentindo-se da ausência dos seus dois habituais centrais e apesar de uma boa exibição do guarda-redes Nuno Laurentino, o FCPorto ainda assim lutou até ao fim mas o ABC conseguiu gerir melhor os níveis de ansiedade e conquistou com mérito o troféu.
Quanto ao jogo, deu sem dúvida uma excelente imagem do andebol sendo para mais transmitido em sinal aberto. O hóquei em patins bem que podia seguir este exemplo.
A praga das claques
O fim-de-semana fica ainda marcado por cenas de violência envolvendo claques. Primeiro foi em Alcochete na decisão do título de juniores entre Sporting e Benfica. A claque principal do clube da Luz mostrou o seu nível civilizacional, atirando pedras contra o público e provocando feridos, tudo isto sob o ar complacente das autoridades. Pior foram depois as declarações dos responsáveis do Benfica que acusaram o Sporting de não ter tomado medidas de segurança necessárias e de ter realizado um jogo num campo "sem condições" mas que, durante todo o campeonato, não motivou estranhamente qualquer reparo. Ainda mais grave, o Benfica lava as mãos ao revelar que avisou o Sporting para problemas de segurança que iriam surgir da parte da claque. Esta complacência dá a ideia de que, para o Benfica, a brutalidade daquele grupo de índios é algo tão normal e compreensível como a traquinice de uma criança.
Convenientemente (porque será?) há já vozes a exigir a realização do jogo num campo neutro.
Mais a Sul, os Super Dragões voltam a dar que falar ao provocar desacatos e estragos numa pastelaria em Lagoa. Sinceramente, a desculpa de provocações por parte de adeptos do Benfica a mim não me satisfaz e não justifica prejudicar a vida de pessoas que trabalham duramente e declaram todos os seus rendimentos ao fisco.
Às vezes acho que o ideal para esta gente das claques era mesmo que fossem deportados para um qualquer país da América Latina onde, aí sim, se sentiriam como peixe na água.
Até quando vamos continuar a suportar estes grupos de vândalos organizados?
A comédia das eleições(?) da Luz ou o advento Vieira "Chavez"
Continua a comédia no clube da Luz onde o presidente em funções resolveu à boa maneira sul-americana, jogar com as instituições e regulamentos para continuar no cargo. O susto veio contudo quando Eduardo Moniz esteve na iminência de se candidatar, vindo a desistir mais tarde por achar que não tinha tempo nem condições para implementar um projecto (lá está...). Contudo, ao não descartar a possibilidade de uma futura candidatura, Moniz despoletou uma campanha difamatória que resultou numa fascinante teoria da conspiração, algo semelhante ao misto de estilos de Le Carré e Ian Flemming, elevada ao nível da efémera união ibérica de 1580-1640, veiculada através do jornal oficial do Benfica.
A campanha fica agora resumida a duas figuras, qual delas a mais cómica entre um que se desdiz a torto e direito mas está e vai ficar no poder e outro que se desdiz a torto e a direito mas aluga aviões.
Por falar em desdizer, ri-me a bom rir perante as declarações de Vieira ao anunciar que tinham contratado o treinador certo (assim é facil fazer discursos, é só pegar no discurso dos últimos 4 ou 5 anos e mudar o nome do treinador), que estavam a construir uma grande equipa (querem lá ver que é a melhor dos últimos 11 anos outra vez?) e que não iam vender ninguém porque queriam manter uma equipa forte (Katsouranis, um dos melhores médios que passou pela Luz não conta, obviamente).
Mal posso esperar pelas cenas dos próximos episódios...
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