Foi uma vitória arrancada a ferros, mas não necessariamente suada (mais uma vez!) aquela que o FCPorto conseguiu na noite de Sábado em Vila do Conde. Frente a um Rio Ave transfigurado em relação ao recente encontro da Taça, valeu a atenção de Helton a impedir o golo dos locais mas, sobretudo, valeu Farías, o herói (im)provável, que saltou do banco para abrir o caminho da vitória.
No 4-4-2 ultimamente habitual e perante a ausência de Guarín, Jesualdo resolveu optar por Tomás Costa no meio campo, juntamente com Meireles, Ruben e Fernando. Se a ideia era obter supremacia no meio campo através da capacidade de pressão e recuperação de bola de Tomás Costa, esta opção veio por outro lado retirar ao FCPorto bastante fluidez na transição ofensiva. Para quê manter Belluschi no banco?
O Rio Ave equilibrou o jogo e conseguiu até ser mais perigoso que o FCPorto no ataque, valendo a atenção de Helton com intervenções de excelente nível. Mas para isto contribuiu também o baixo rendimento de Ruben, sem espaço, e sobretudo a baixa velocidade com que o FCPorto jogou.
Por outro lado, parece continuar em vigor a curiosa lei de não valer a pena marcar grandes penalidades a favor do FCPorto. Que o digam Falcao e Farías! Também é lamentável ver a verdadeira caça ao homem que, jogo após jogo, é movida a Hulk, vítima de entradas "a doer" perante a complacência dos árbitros.
Tudo isto ajudou a que o FCPorto tivesse muitas dificuldades em ameaçar a baliza de Carlos até que, aos 60 minutos, Farías substituiu Ruben e, 5 minutos depois, num lance de verdadeiro sentido de oportunidade e posicionamento, fez o golo que valeu os 3 pontos.
É admirável a perseverança deste jogador, que raramente sendo titular, sendo sempre rotulado de dispensável e sempre na berra para ser moeda de troca por alguém, continua a cumprir com a mesma vontade e a mesma garra o seu papel. Um exemplo de profissionalismo e generosidade que só por obstinação de Jesualdo (e esta época por lesões) não tem mais oportunidades. Farías tem no campeonato um pecúlio de 6 golos apontados, tendo também marcado o 1º dos 2 golos com que o FCPorto venceu a Supertaça no primeiro jogo oficial da época (lembram-se?).
Aliás, a estatística de Farías no campeonato, maioritariamente no papel de suplente, é reveladora:
09/10 - 514 m (aprox. 6 jogos completos) - 6 golos
08/09 - 896 m (aprox. 10 jogos completos) - 10 golos
07/08 - 724 m (aprox. 8 jogos completos) - 6 golos
Farías fica claramente prejudicado pelo facto de não ser, pelas suas características de quem se sente à vontade como ninguém na área, um jogador adequado ao proverbial sistema das tais "transições rápidas" de Jesualdo. Contudo, não é menos certo que Farías consegue ser um verdadeiro "abre-latas" e que se mexe como poucos nas imediações da baliza. Será que com outro sistema (e outro treinador, já agora) Farías teria deixado uma marca completamente diferente no FCPorto? Restam-nos as conjecturas.
Quanto ao Rio Ave, o reencontro está marcado para Quarta-feira às 19h45, na 2ª mão das meias-finais da Taça de Portugal. Depois do 3-1 da 1ª mão, o FCPorto está com um pé e meio na final mas... subestimar o brio do Rio Ave poderá ser um tiro no próprio pé e será necessária mais atitude que a que se viu no Sábado.
Foto: Zero Zero
1 comentário:
Farías é um bom profisSional, marca uns golos, mas não é o avançado que o F.C.Porto precisa. Para além disso é muito parecido com o Falcao. É a minha opinião.
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