terça-feira, janeiro 24, 2006

Tenham medo, tenham muito muito medo

Ando a ter assim umas visões, qual Maya, sobre o futuro próximo do nosso mágico nesta liga betadine, e devo dizer que receio que os regaços (variante de colo) e os subtis favorecimentos, que passam despercebidos na nossa sempre isenta comunicação social, sejam determinantes para que daqui a umas semanas o FC Porto deixe de ocupar o primeiro lugar na tabela.

Já nem falo dos apitos amigos de que o clube das galinhas da segunda circular tem privilegiado desde daquela altura em que se decretou que "até ao Natal temos que ganhar estes jogos todos". Já vamos em fins de Janeiro de 2006 e o decreto continua em vigor.
Também acho dispensável indignar-me com o castigo de duas semanas com que agraciaram o treinador do FC Porto por ter dito em voz alta que a falta era falta, visto que Adriaanse tem-se revelado mais um factor de desestabilização do que de evolução das exibições da equipa.

O que me incomoda mais por estes dias é essa coisa a que chamam "a equipa de todos nós".
Quero já aqui frisar que me estou completamente marimbando para o facto do Quaresma poder não ir à selecção A, muito menos com a possibilidade de não haver jogadores portistas representados na mesma, no próximo Mundial. Uma vez que vou torcer pela selecção espanhola, o único foco de interesse na ida de jogadores do FCP à equipa portuguesa é o de que não se lesionem e regressem ao Dragão no mesmo estado em que o deixaram.
O facto relevante, esse sim, é que o treinador da selecção de esperanças não abdica dos jogadores do FC Porto, mas não tem pudores em dispensar os jogadores dos clubes de Lisboa, já que vem aí o jogo mais importante para a nação tuga e convém não incomodar, para que a festa seja bonita. Se virmos bem, trata-se de um acto profundamente patriótico do senhor Agostinho Oliveira, pois esses dois clubes juntos ostentam realmente as cores da bandeira. Eu compreendo-o, senhor Agostinho, mas perceba também o senhor que, para mim, cujo apego a essa bandeira é cada vez menos sentimental, seria importante poder assistir a uma prova onde não existissem dois pesos e duas medidas. Já basta tudo o resto.

3 comentários:

Gengis Khan disse...

O teu clube teve também um treinador que mal chegou disse: "este ano não sei, mas para o ano ganho a superliga de certeza" (JMourinho). E não é que ganhou mesmo?

David Caetano disse...

Também ao meu clube chegou outro (JCouceiro) que disse que ia ser campeão. E não é que não foi?

Contudo, ainda estou à espera que chegue um treinador a um dos clubes maiores do futebol português e que diga "Para o ano não vamos ser campeões".

O Veiga e o Vieira também disseram no início da época que iam ser campeões. O que irás pensar se forem mesmo? :)

Gengis Khan disse...

Precisamente o mesmo que tu, quando o Mourinho disse o que disse, ou o mesmo que o LFV disse quando entrou no Benfica.
Todos falam... falam, falam... queixam-se... mas vai tudo dar ao mesmo, não?