"O FCPORTO cada vez mais aparece como potência do nosso futebol, capaz de conseguir a hegemonia e é claro que isto preocupa o Benfica e o Sporting."
"O verdadeiro calcanhar de Aquiles do nosso futebol reside no simples facto de quase todos pensarmos que, quando saímos dos estádios, já não somos profissionais de futebol".
"As gentes do Porto são ordeiras porque, se não fossem, há muitos anos teriam recorrido à violência perante os enganos dos árbitros que têm decidido da perda de muitos campeonatos e Taças de Portugal."
José Maria Pedroto, carinhosamente apelidado de Zé do Boné, foi o treinador que marcou a viragem de mentalidade no F.C.Porto, estando na génese do actual espírito de conquista que é imagem de marca do F.C.Porto.
Nasceu no dia 21 de Outubro de 1928 em Almacave, Lamego, Portugal e evidenciou-se logo como jogador pelo seu talento, tendo passado pelo Lusitano de Vila Real de Santo António, Belenenses e FCPorto em 1952, tendo sido adquirido por verbas recorde. Na altura o treinador do F.C.Porto era Dorival Yustrich e, já com Pedroto na equipa, o FCPorto conquista em 1956 o Campeonato e a Taça de Portugal, repetindo a proeza três anos depois já com Bella Guttman no comando da equipa.
Abraçou a carreira de treinador em 1960, tendo sido o primeiro treinador português com curso superior, e cedo deu nas vistas pela suas excelentes capacidades e um discurso descomplexado e aguerrido.
Depois de um título europeu no comando da Selecção Nacional de juniores, e depois de orientar as camadas jovens do F.C.Porto, Pedroto estreia-se como treinador de séniores na Académica, passando depois pelo Leixões onde foi despedido pela primeira e única vez na sua carreira. Foi depois contratado pelo Varzim que, com Pedroto, deu nas vistas no Campeonato.
Em 1966, torna-se pela primeira vez treinador do F.C.Porto, ficando no clube durante 3 anos e conquistando uma Taça de Portugal, após o que se transfere para Setúbal onde consegue um brilhante 2º lugar, uma presença na final da Taça de Portugal e dando nas vistas nas competições europeias.
Em 1974, torna-se treinador do Boavista onde, em 2 anos, obtém um 2º lugar no Campeonato e 2 Taças de Portugal, regressando depois ao F.C.Porto onde vence dois Campeonatos e uma Taça.
Falhado o primeiro assalto ao Tri e dada a instabilidade directiva no F.C.Porto, acaba por sair para o Vitória de Guimarães onde trabalha com um futuro grande treinador do F.C.Porto: Artur Jorge.
Finalmente, já com Pinto da Costa na presidência, volta ao F.C.Porto, vence uma Taça das de Portugal e em 1984 apura o F.C.Porto para a mítica final de Basileia na extinta Taça das Taças. Nessa final, que o F.C.Porto perdeu por 2-1 contra a Grande Juventus onde pontuavam por exemplo Platini e Boniek, Pedroto já não se senta no banco fruto do cancro de que padecia e que acabaria por vitimá-lo a 8 de Janeiro de 1985.
Embora não tenha cumprido o sonho de ver o F.C.Porto conquistar um título europeu, as bases do GRANDE F.C.Porto estavam lançadas e, é com Pedroto na memória, que em 1987 no Estádio do Pratter em Viena, já com Artur Jorge que sucedera a Pedroto, o F.C.Porto derrota o poderoso Bayern de Munique e conquista o seu primeiro título europeu.
2 comentários:
Não tens nada que agradecer.Mais vale tarde que nunca.
Um abraço
Caetano obrigado pela visita e pela explicação sobre as acções.
Um reparo: não é dragão de Vila Pouca,mas dragão Vila Pouca. Dragão de portista e Vila Pouca de nome. Ainda não consegui saber porque a minha familia tem nome de terra.
Um abraço
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