Depois de um início de ano conturbado que culminou na saída do treinador, havia muitas interrogações em torno da resposta que a equipa iria dar no jogo de ontem contra o Boavista mas as dúvidas foram dissipadas e em grande estilo, com 5 golos sem resposta num terreno nada fácil pela muita chuva que caiu.
É certo que as coisas não mudam do dia para a noite e estamos ainda numa fase transitória, enquanto aguardamos pelo anúncio e chegada do novo treinador principal, mas houve diferenças entre este e o último jogo que saltaram à vista, sobretudo porque os mesmo 11 jogadores tiveram em campo uma atitude bem diferente em relação à última jornada.
Se os jogadores se sentiram feridos no seu orgulho e quiseram provar que valem mais do que aquilo que mostraram nos últimos jogos ou se Rui Barros soube passar melhor a mensagem, ele como líder e velha glória do FCPorto sabe bem o que é a mística azul e branca, o que é certo é que foi possível ver muitas diferenças entre este jogo do Bessa e os dois últimos.
Desde logo a maior verticalidade do jogo portista, com os jogadores a procurarem soltar a bola mais rapidamente e para a frente, contrariando a tendência de passe para o lado e para trás que vinha sendo uma irritante imagem de marca. Ao acelerar o jogo, recuperando as transições rápidas que pareciam ter sido esquecidas, é possível aproveitar muito melhor as qualidades de jogadores como Herrera, Corona e Brahimi, já que são velozes com a bola, sobretudo os dois primeiros, e com o espaço extra que se abre, ao não darem menos tempo à defesa adversária para se recompor, tornam-se muito mais perigosos.
Outra diferença que saltou à vista foi a quantidade de jogadores que apareciam em zona de finalização. Não estando sozinho na frente, Aboubakar já não é presa fácil para a defesa adversária, sendo-lhe mais fácil fugir à marcação e aparecer em zona de decisão. Nota-se ainda a falta de confiança que tomou conta do jogador nos últimos jogos mas, com mais oportunidades de fazer golo, será mais fácil que eles aconteçam e é de golos que um avançado vive. São eles que lhe dão confiança e à medida que a confiança aumentar, um avançado precisará de cada vez menos oportunidades para fazer golo. O camaronês fez dois, podia ter feito mais, e esperemos que este bis lhe sirva de tónico.
No comportamento da equipa notou-se ainda uma certa tremideira, principalmente no início da segunda parte, quando o Boavista se mostrou perigoso para a baliza de Casillas. Valeu aqui Corona ter tirado o 2º golo do F.C.Porto da cartola -lá está!- num contra-ataque venenoso. Um grande lance do mexicano que merece ser visto e revisto e que teve o condão de acalmar a equipa e catapultá-la para a goleada.
Na Quarta-feira há novo round no Bessa, desta feita para a Taça de Portugal. Será um jogo completamente diferente e o Boavista irá certamente querer também mostrar que vale mais que aquilo que mostrou no Domingo. Os "Olés!" que ouviu decerto lhe servirão de motivação extra.
Esperemos que o FCPorto confirme as boas indicações que mostrou aos adeptos e que consiga aquilo que todos esperamos: mais uma vitória rumo a um troféu no qual é teoricamente o principal favorito. Têm a palavra os jogadores.
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