terça-feira, março 08, 2011

Ensaio sobre a cegueira benfiquista

Desde anteontem, um surto de cegueira tem vindo a afectar cada vez mais o universo benfiquista. As primeiras informações indicam uma relação directa entre uma prévia crise aguda de amargura e desilusão, associado a uma base prévia de clubite aguda, e a cegueira posterior.

Esta cegueira é ainda alimentada pela propaganda transmitida pelo pasquim oficial da Instituição, o pasquim A Bola, que no dia de ontem saiu às bancas com uma 1ª página simplesmente inacreditável, estabelecendo o padrão da mais pura desonestidade intelectual.

Torna-se assim fácil para Luís Filipe Vieira e os seus asseclas implementarem com sucesso uma táctica que passa simplesmente por repetir tantas e tantas vezes a mesma coisa que ela acaba por se tornar verdade, pelo menos para os seus adeptos, que com a clarividência toldada pela frustração, engolem tudo o que lhes põem à frente sem pensar e ainda se inclinam de forma reverente.

Dizer que Javi Garcia nada fez para ser expulso é, e volto a referi-lo, a mais pura desonestidade intelectual e uma afirmação cobarde. Nas imagens vê-se claramente o espanhol a dar uma palmada no peito de Alan sem necessidade nenhuma, naquilo que em todo o lado constitui uma agressão. Em todo o lado menos, claro, na cabeça dos benfiquistas. Pode-se discutir depois se era falta contra o Benfica ou a favor mas... onde andam agora aqueles benfiquistas que, em situações de faltas que não eram a favor do Benfica e que resultaram em golo, vieram céleres justificar-se com "a falta é um lance, o que se seguiu é um lance completamente diferente"? Veja-se o exemplo do lance do golo com que derrotaram o FC Porto na Luz no ano passado...

Curioso é que não se tenha ainda ouvido Javi Garcia acerca deste lance mas apenas Jesus, Vieira e outros que tal, sendo que Jesus refere que não houve "agressão voluntária" (sic). Ou seja, houve agressão mas não foi voluntária. Isto é um excelente argumento de defesa para qualquer jagunço que aplique um soco em alguém. Pode sempre dizer que foi sem querer. É óbvio que depois Alan tira partido da situação, tal como Carlos Martins tirou quando foi atingido de raspão por um objecto atirado das bancadas mas que felizmente não resultou em nada de grave pois, instantes após ter rebolado sobre o chão como um peixe recém-pescado, já estava de pé como se nada se tivesse passado.

Por outro lado, ao longo de toda a confusão que se seguiu até ao cartão vermelho, viu-se muita coisa mas não se viu, em momento algum, Javi Garcia a protestar contra a expulsão. Apenas manteve um semblante de resignação mesmo quando o árbitro ainda não lhe tinha exibido o cartão vermelho.

Verdade seja dita, Javi Garcia já deveria ter sido expulso no jogo anterior quando, de forma suja e cobarde, atingiu Helder Postiga que estava caído no chão. Mas, esse é o tipo de lances dos quais não se fala nem se deve falar... até que fique a ideia de que nunca existiram. Porquê? Porque o Benfica tem obrigatoriamente que ser roubado e nunca beneficiado. E quem diz esse, diz a cotovelada de Coentrão num jogador do Marítimo no jogo que a Instituição ganhou in-extremis, como tem vindo a acontecer nos últimos tempos, ou por exemplo a primeira entrada de Maxi Pereira no jogo contra o Guimarães, onde atinge deliberadamente com a mão a cara de um adversário caído no chão. Não se lembram deste lance nem viram nada escrito acerca dele em lado nenhum? Pois... lá está!

Hoje, faz-se eco no veículo de propaganda oficial -a Bola pois claro!- da indignação do Benfica relativamente a várias situações no jogo de Braga nomeadamente em relação ao comportamento do speaker, a alegados empurrões que terão sofrido junto aos balneários e ainda os objectos atirados para o campo. Curiosas queixas vindas de quem tem um estádio no interior do qual acontecem agressões e empurrões por "jagunços", como diz o Vieira, onde o clube é multado por uso indevido do sistema de som durante o jogo, como aconteceu no último jogo contra o Marítimo, e onde há adeptos que invadem o terreno do jogo para ir dar "mimos" aos árbitros assistentes.

Foram os árbitros que provocaram os frangos do Roberto ou a demora na adaptação de Sálvio e Gaitán, dois jogadores fundamentais no Benfica? Já agora, foram os árbitros que levaram à utilização intensiva destes jogadores sem rotação, de tal forma que, chegaram a esta altura da época presos por arames e a contas com lesões de esforço, isto após uma série de jogos que o Benfica só conseguiu vencer in-extremis?

Já agora, quando é dado a conhecer o castigo a Jorge Jesus pela agressão (voluntária ou involuntária?) a Luis Alberto do Nacional? Será em Junho?


O Benfica foi roubado e o Porto beneficiado?

Curiosamente, sempre que o Roberto dá frangos, os árbitros roubam o Benfica. Deve ser para agravar o cenário já por si bastante negro, naquilo que é um exercício do mais puro e impiedoso sadismo.

A lavagem cerebral da massa adepta benfiquista foi de tal ordem que já ninguém se consegue lembrar do ambiente de cortar à faca que se viveu na Luz nas primeiras jornadas do campeonato, quando se suplicava já a dispensa de Roberto e se questionava como tinha sido possível dispensar Quim e pagar 8M€ por um frangueiro daquele calibre, quando já se discutia a continuidade de Jesus, as fracas exibições de jogadores fundamentais como Cardozo e David Luiz assim como o fraco nível de jogo exibido pelo Benfica, a anos-luz do que tinha acontecido na época anterior.

Depois, quis-se passar a ideia de que o FC Porto tinha sido beneficiado, mas sempre evitando referir o jogo da Supertaça, curiosamente... um jogo onde ficaram por mostrar 3 ou 4 vermelhos a jogadores do Benfica. Mas pronto, ninguém fala nisso. Não convém.

Referem pois o jogo contra o Naval na 1º jornada, alegando que não há penalty e as imagens provam-no sem sombra de dúvida. Serão os mesmos especialistas de análise que não conseguem ver a agressão de Javi a Alan? O que omitem foram as entradas brutais de jogadores da Naval que, pelo meio, conseguiram mandar Guarín para o estaleiro durante algumas semanas após uma entrada assassina ao tornozelo do colombiano. Já agora, também não convém referir um penalty que ficou por marcar anteriormente a favor do Porto, isto porque o Porto não pode ser prejudicado mas apenas beneficiado.

Ainda se fala no Rio Ave x FC Porto, reclamando penalty não assinalado por falta de Álvaro Pereira sobre Tarantini. Efectivamente houve falta e era penalty. O que não se refere em lado algum é que o lance do Rio Ave começa com um fora-de-jogo claríssimo não assinalado que resulta num ressalto que acaba por ser aproveitado pelo Tarantini. "Ah e tal, era outro lance...". Pois sim.


Depois, outro dos cavalos de batalha da nação benfiquista é o Guimarães x FC Porto, jogo onde se reclama a não marcação de um penalty contra o FC Porto por falta de Fucile sobre Edgar. Se o critério for aquele que foi seguido no recente Benfica x Sporting, segundo o qual, quando dois jogadores se agarram em simultâneo, se deve marcar falta da forma que mais interessar ao Benfica, então sim, ficou penalty por assinalar. Não se fala contudo da expulsão mais tarde perdoada a Edgar num jogo onde o FC Porto acabou reduzido a 10 por expulsão de Fucile, isto num estádio onde o FC Porto já se habituou a ser prejudicado.

O mais caricato é que mesmo no jogo que fica na história deste campeonato, o jogo dos 5-0 ao Benfica, o FC Porto foi prejudicado quando o árbitro não assinalou um penalty contra o Benfica por mão ostensiva de Sálvio e depois pela não expulsão de Maxi Pereira (jogador que só vê metade dos amarelos que devia) quando, já com um cartão amarelo, pontapeou de forma descarada uma bola para a bancada quando já havia sido assinalada reposição a favor do Porto.

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