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domingo, janeiro 30, 2011

Como passar de vendido a incompetente em apenas 90 minutos

Todos estarão recordados do clamor que emanou da "nação vermelha" relativamente à arbitragem de Elmano Santos no FCPorto x V. Setúbal, corroborada como sempre acontece, com o respectivo eco na comunicação social.

Num jogo em que o critério disciplinar foi "largo" perante as simpáticas entradas dos jogadores do Setúbal, o que ficou na retina foi a repetição do penalty marcado contra o FCPorto nos últimos instantes da partida. Na altura o árbitro alegou que ainda não tinha apitado para dar autorização ao primeiro remate do jogador do Vitória, algo que causou escândalo pois, por esse país fora, insuspeitos adeptos houve que garantiram ter ouvido o apito do árbitro mesmo sem terem assistido ao jogo!

Não foi preciso esperar muito para que Elmano passasse de "vendido" a infeliz incompetente. Bastou apitar o Académica x SLBenfica e ter validado o golo de dupla ilegalidade com que a equipa da casa foi derrotada. A estratégia envergonhada passou por vender a ideia de que o siliciano "El Mano" era afinal um árbitro sem categoria para apitar no escalão maior. Quanto ao golo, foi descrito como um incidente infeliz num jogo onde o Benfica até foi prejudicado, visto que ficaram por marcar 2 penalties a favor dos da Luz.

Quem se lembrar de quando o FCPorto empatou a uma bola no Dragão com o Benfica, recordará certamente o que se diz desse jogo: que o FCPorto só conseguiu empatar através de um penalti "cavado" por Lisandro que, numa iniciativa completamente inédita por parte da Liga, foi castigado por causa desse lance. Porque será que nunca ninguém se lembrou de dizer "Ok, o FCPorto beneficiou de um penalti que não era mas... ficou um por marcar por falta de Reyes sobre Lucho quando ainda estava 0-0!"?. Esta é a leitura que não interessa ao imenso rebanho vermelho para quem os lances de benefício até são desculpáveis quando o ascendente da sua equipa sobre a outra é evidente.

Hoje houve Xistralhada na Vila das Aves

Hoje, a Instituição venceu na Vila das Aves e amanhã assistiremos ao elogio das virtudes dos jogadores e treinador do Benfica. O que ninguém irá referir é a tremenda discrepância na avaliação disciplinar dos lances de uma e outra equipa e o fora-de-jogo tirado ao Aves ainda com 0-0, factos que facilitaram, e de que maneira, a vida aos encarnados. Amanhã ninguém se lembrará das entradas de Jara, de Jardel e de Javi Garcia.

A este ninguém irá chamar de vendido nem de incompetente, pelo menos até ao dia em que por um alinhamento estelar daqueles que ocorrem a cada 10.000 anos, Carlos Xistra tenha uma decisão a beneficiar o FCPorto. Aí passará a ser um vendido e será mais uma prova para todo o "rebanho" de que o Pinto da Costa compra árbitros...

sábado, janeiro 29, 2011

Gil Vicente 2 x 2 FC Porto - Jogo sem chama apenas para cumprir calendário

O FCPorto despediu-se desta Taça BWin com um jogo muito fraco e onde as falhas de concentração defensiva tornaram incipientes os golos marcados por Ruben Micael e Emídio Rafael. O defesa-esquerdo acabaria por ser o grande azarado do jogo ao lesionar-se com gravidade já no final do jogo, e vai desfalcar o FCPorto provavelmente até ao final da época.

À partida para este jogo, o FCPorto sabia que não dependia de si próprio para passar à fase seguinte da Taça BWin, sendo necessário vencer e esperar pela derrota do Nacional em Aveiro. Ora, nem uma coisa nem outra. O FCPorto não foi além de um empate em Aveiro e o Nacional venceu por 2-1 e avançou na prova, fruto da vitória recente no Dragão.

A exibição do FCPorto, que entrou em campo com uma equipa bem diferente da habitual, foi sempre tristonha e pouco esclarecida, expecto um ou outro momento de maior aceleração e atitude que desequilibraram a defesa gilista. Ainda assim, quando o golo surgiu mesmo em cima do intervalo, pensou-se que estaria aberto o caminho para o Dragão se soltar e jogar melhor na 2ª parte.

No entanto, o Gil Vicente soube ter brio e, no reatamento conseguiu chegar ao empate, para, logo a seguir, Emídio Rafael, numa boa jogada com Guarín, voltar a colocar o FCPorto na frente. Pouco depois, Rafael e Maicon ficaram mal na fotografia ao permitirem todas as veleidades a Hugo Vieira que estabeleceu o resultado final.

Villas-Boas ainda tentou sacudir o jogo fazendo entrar Moutinho e Hulk mas o resultado já não sofreria alterações. Nem a vitória serviria de nada visto que, em Aveiro, o Nacional conseguiu vencer e assegurar o 1º lugar do grupo.

Crise nas laterais

A lesão de Emídio Rafael, que deverá ficar afastado até final da época, veio criar um problema a Villas-Boas que no plantel tem agora a falta de um defesa lateral esquerdo. A questão é preocupante no imediato dado que Álvaro Pereira ainda está a recuperar de lesão e continua ausente.

Esperando-se o regresso do uruguaio no próximo mês, o FCPorto fica com Álvaro e Fucile para a esquerda da defesa e Sapunaru para a direita, sendo que Otamendi pode jogar na posição do romeno com relativa facilidade. No entanto, dado que Sereno se tem revelado uma aposta falhada, há definitivamente uma lacuna por preencher na defesa azul e branca.

Resta saber se o FCPorto vai optar por uma solução interna ou se vai tentar ainda, no pouquíssimo tempo que lhe resta, tentar reforçar o plantel no mercado de Inverno que encerra na Segunda-feira.

Na vertente humana, há ainda que endereçar uma palavra de apoio a Emídio Rafael, que vê o seu crescendo de qualidade interrompido por esta lesão, isto numa altura em que tinha sido pré-convocado por Paulo Bento. Que tenha muita força na sua recuperação.

domingo, janeiro 02, 2011

Ano novo... 1ª derrota!

O início de 2011 foi aziago para o Dragão. A recepção ao Nacional em jogo a contar para a "Taça do Hermínio" marcou o fim da série invicta do FCPorto. No entanto, o resultado é enganador. Mais uma vez, o FCPorto dominou em todas as estatísticas mas a falta de acutilância no último terço de terreno, por um lado, e 2 lances de gritante desconcentração na defesa azul e branca, por outro lado, ditaram o resultado final.


Os instantes que antecederam o jogo ficaram marcados pela homenagem prestada por 30.000 portistas ao falecido Pôncio Monteiro, brindando-o com uma estrondosa salva de palmas.

Quanto ao jogo, Villas-Boas operou várias mudanças e, verdade seja dita, apesar das alterações e de se tratar do 1º jogo após a pausa natalícia, o FCPorto foi dominador, especialmente na segunda parte (ironicamente quando perdeu o jogo). Com Kieszek, Fucile, Sereno, Emídio Rafael, Ruben e Walter no onze, jogadores habitualmente menos utilizados, o FCPorto não conseguiu na primeira parte ser pressionante como poderia e deveria ter sido.

Os 30.000 espectadores tiveram de esperar até à segunda parte para ver um FCPorto "à FCPorto". Mandão, a encostar o Nacional à sua área, o FCPorto dominou em todos os índices estatísticos do jogo... excepto no da eficácia. Aliás, quando Hulk inaugurou o marcador, na marcação de uma grande penalidade a castigar uma falta sobre Walter, pensou-se que a vitória já não fugiria ao dragão, tal a superioridade evidenciada. Puro engano!

Aos 77 minutos, uma falha inadmissível de Kieszek permitiu que o Nacional chegasse ao 1º golo. Ao atacar a bola num cruzamento de forma completamente desconcentrada, já a pensar em repor rapidamente a bola em jogo antes de pensar em a agarrar, esta ressaltou por baixo das pernas do guarda-redes polaco e sobrou para Anselmo que não perdoou.

Poucos minutos depois, novamente por Anselmo, o Nacional desferiu a machadada final no jogo, mais uma vez contando com uma falha inadmissível da defesa. Primeiro um jogador do Nacional aparece sozinho na esquerda, nas costas da defesa portista, cruzando para o centro da área onde Sereno perdeu completamente a noção do espaço em termos de posicionamento, deixando o avançado insular completamente à vontade para fazer o golo. Sereno voltaria novamente a estar em destaque pela negativa ao cometer falta para grande penalidade sobre Pecnik que Olegário não viu. Uma noite para esquecer.

Até ao final, o FCPorto ainda teve forças para ir à procura do golo mas faltou serenidade e acutilância nos últimos metros do terreno. Com várias faltas sucessivas do Nacional e consequentes paragens de jogo, os insulares tiveram o mérito de ir quebrando o ritmo de jogo, conseguindo o feito que mais ninguém havia conseguido esta época: derrotar o FCPorto e ainda por cima no Dragão.

Consequências

Pondo de parte o facto da perda de 3 pontos na Taça do Hermínio, deixando o FCPorto na obrigação de vencer os 2 jogos que faltam e depender de um deslize do Nacional para seguir em frente, há várias ilações que podem ser tiradas deste jogo. Fundamentalmente, o que mais lamento nem são os 3 pontos perdidos mas a interrupção, mais que evitável, da série vitoriosa do FCPorto. A equipa fez mais que o suficiente para ganhar o jogo e, não fossem as desconcentrações defensivas, esta seria mais uma vitória natural do FCPorto. Acabou por ser uma vitória caída do céu para o Nacional.

Por outro lado, é nítido que Kieszek não é Beto e muito menos Helton. O polaco foi contratado para ser o 3º guarda-redes do FCPorto e, nesse aspecto é um digno sucessor de Nuno Espírito Santo. Apesar de tudo, tendo em conta que, depois do jogo contra o Juventude de Évora, esta foi a segunda vez que jogou, poderá ter sido traído pelo nervosismo de querer mostrar serviço. A sua exibição até teria sido positiva, pelo que foi mostrando ao longo do jogo, se não fosse a falha tremenda que deu origem ao 1º golo do Nacional.

Já de Sereno esperava muito mais. As duas falhas tremendas que protagonizou, primeiro no 2º golo do Nacional, ao falhar completamente a marcação a Anselmo e, depois, ao fazer falta sobre Pecnik na área do FCPorto que (felizmente) Olegário não assinalou. Quanto mais vejo Sereno jogar, mais saudades tenho de Nuno André Coelho.

Finalmente, falta claramente uma alternativa no eixo do ataque do FCPorto. Sem Falcao, o FCPorto perde uma importante fatia da sua agressividade no último terço do terreno. Vejo em Walter um bom avançado, é certo, mas não para um sistema de 4-3-3 como o do FCPorto mas antes para jogar em 4-4-2, ao lado de outro avançado. A disponibilidade de Falcao tem dado pouco espaço a Walter no FCPorto mas é também essa disponibilidade que tem guindado o FCPorto para a sua performance actual... e disfarçado a insuficiência de apenas haver mais um ponta-de-lança no plantel.

Se o objectivo é apenas o campeonato, o plantel actual é suficiente mas, se os objectivos do FCPorto forem mais ambiciosos do que isso, é fundamental rectificar o plantel durante esta fase do mercado. Descartado que está Kleber, não acredito que a SAD não tenha nesta altura já outro alvo em vista.

O que vem aí

Não se deixando afectar por esta derrota, não há motivos para tal visto que a mesma foi fruto de um conjunto de circunstâncias difíceis de repetir e que o FCPorto mostrou ter a mesma capacidade que tinha antes da pausa natalícia e, ainda por cima, sem várias das suas habituais figuras principais, o mês de Janeiro pode ser um mês tranquilo com 4 jogos em casa, de um total de 6.

Para já segue-se a recepção ao Marítimo já no próximo Sábado, para depois receber sucessivamente o Pinhalnovense (Taça), a Naval e o Beira-Mar (Taça do Hermínio). Uma sequência que pode ser bem aproveitada para recuperar os índices competitivos do plantel, dando também tempo para recuperar alguns lesionados com a tranquilidade necessária.