Um jogo do que finalizou (mas que pareceu sempre) com um FCP cheio de sofreguidão, a tentar fazer tudo muito depressa, sem ninguém que pensasse o jogo, sem ninguém que pautasse um ritmo certo, que fizesse surgir o passe certo no momento certo.
Talvez esse jogador fosse o Lucho, mas ele continua sem a sua classe que em momentos destes pode fazer a diferença, é certo que correu e lutou como os outros, mas não definiu, como nenhum jogador do FCP definiu.
No final deste jogo, é essa a nota que fica, e tal como contra o Estrela (em que as bolas entraram, neste jogo não), faltou alguêm que comandasse as correrias loucas de Rodriguez ou o pique de Hulk ou os rasgos de Lisandro, e como Meireles não esteve muito bem no apoio ao ataque e Fernando ainda não é um distribuidor de jogo para a frente como o FCP precisa, faltou classe a este meio-campo, e para mim, foi aí que se "empatou" este jogo, na falta de um pensador que compreenda as diferentes velocidades dos avançados e faça a diferença no ultimo passe, bem como o respectivo entendimento dos 3 avançados do futebol de cada um, é que ás vezes parece que têm de vencer sozinhos, e colectivamente parece que em certos jogos faltam soluções, e depois individualmente nem sempre se consegue resolver.
Assim assistiu-se a um jogo muito disputado por ambas as equipas, (com anti-jogo em várias situações do Maritimo com o beneplácito do árbitro, que em alguns lances enervava os jogadores com as suas decisões), onde o FCP entrou muito forte e teve 2, 3 chances de marcar nos primeiros 10 min., mas depois ou o Maritimo encaixou no FCP, ou os jogadores do FCP perderam o fulgor inicial, e assistiu-se a um jogo onde pareceu sempre faltar fluidez ao FCP, pois não conseguiam ultrapassar a barreira defensiva do Maritimo, sendo certo que o Maritimo sempre que contra-atacava criava perigo para o FCP.
Também é certo que para fazer chegar a bola á frente, nem sempre se optava pela melhor solução, e também que apenas Fucille atacava pelas laterais, pois P.Emanuel não subia no terreno e os falsos extremos, são mais avançados que descaem para as alas que extremos, e assim o FCP afunilava em damasia o jogo, e como o Maritimo defendia com muitos atrás da linha da bola, mais dificil se tornava entrar pelo meio.
Mas aos poucos o FCP foi deixando o Maritimo avançar no terreno e nos ultimos 15 m. da 1ªparte foi um jogo muito disputado, pois se o FCP criava um lance de frisson perto da aréa contrária, o Maritimo respondia com uma bola á trave e 2 contra-ataques muitos venenosos, e como o FCP não conseguiu quase nunca travar essa forma de jogar do Maritimo, era sempre muito perigoso avançar com muitos homens para o ataque.
Na 2ªparte o FCP pareceu entrar ainda mais lento no jogo, com mais falhas individuais e pouco colectivo, com isso, o Maritimo cresceu ainda mais no jogo, e voltou a atirar á trave para felicidade de Helton.
Depois Jesualdo tira P.Emanuel e faz entrar Mariano para lateral direito, Fucille foi para a esquerda, aqui realço a falta que faz ao FCP um bom defesa esquerdo que faça com que o FCP ataque pelos dois corredores e não apenas por um, é certo que Mariano entrou bem e durante alguns minutos foi pelo seu lado que o FCP carrilou o jogo ofensivo, mas na frente, os jogadores continuavam a criar perigo, mas a não marcar, e como estavam perdulários no remate á baliza e não definiam bem as jogadas que poderiam levar mais perigo á baliza contrária.
Acho que aqui, e como Meireles e Lucho não estavam muito finos na hora de distribuir jogo da melhor forma, e como tinham que andar num vai-vem constante, pois a defesa estava algo insegura, teria sido útil a entrada de T.Costa ou Guarin para dar outra força ao meio-campo, pois a determinada altura parecia que faltava pulmão ao FCP.
É certo que o FCP, principalmente atravéz de bolas paradas continuava a criar perigo, e teve alguns remates ao lado ou que o guarda-redes contrário respondia com defesas de alto nível, evitando assim o golo, mas faltava sempre uma melhor direcção á bola.
Também é verdade que Jesualdo arriscou tudo por tudo ao fazer entrar Farias por Meireles, mas aí o FCP teve de recuar Lisandro para o meio-campo e durante 4, 5 m., o Maritimo teve mais bola no meio-campo, pois faltavam ai homens que pudessem continuar a pressionar alto e Farias nada trouxe de novo, mais valia ter colocado Lisandro fixo na frente e não a ter que andar a deambular pela direita, mas é verdade que Jesualdo arriscou e se Farias tem marcado no único lance onde conseguiu desviar uma bola, a opção teria sido correcta.
Também é certo que o Maritimo sempre que contra-atacava, o fazia com perigo e o FCP ainda passou por 2, 3 sustos, enfim, um jogo muito movimentado, onde, para mim, faltou um Pivot ofensivo ao jogo do FCP, pois se Fernando estava bem como Pivot defensivo, faltou alguêm que controlasse o jogo melhor do ponto de vista ofensivo, e também é verdade que jogar com muitos avançados ou falsos avançados, (todos pelo centro) não é sinal de perigo para o adversário, ás vezes são os médios que têm de aparecer a causar movimentos de ruptura, e nem sempre isso aconteceu da melhor forma.
Jogadores:
Helton, sem grande trabalho, mas no remate que foi á trave, apaesar de ter tocado na bola, pareceu algo alheado do lance e parece que teve sorte.
Fucille, subiu bem, mas teve alguma dificuldade a recuperar no terreno e ás vezes pareceu muito macio.
Rolando e B.Alves, o problema deles foi que a determinada altura defendiam muito atrás, e como os avançados estavam muito longe, isso obrigava os médios a percorrer grandes distâncias com a bola, tirando isso, B.Alves não pode falhar um golo em que remata sozinho quase na pequena aréa.
P.Emanuel, não é lateral esquerdo, e num jogo em casa onde o FCP tem de atacar pelos flancos e os extremos entram muito para dentro, falta-lhe pendor ofensivo.
Fernando, recuperou bolas, mas alguns passes na saida de bola tiram-lhe algum mérito no jogo, mesmo assim, nunca virou a cara á luta.
R.Meireles, muito apatico nas suas acções, correu, lutou, mas nunca definiu bem e não apareceu tanto na frente como em outros jogos, ou então correu demasiado e sem grande noção do jogo.
Lucho, lutou, correu, mas..., falta-lhe classe por estes jogos, parece que nada lhe sai bem e se quando remata ao lado no inicio, parecia que numa posição mais central ia fazer uma boa exibição, foi perdendo fulgor muito depressa e falhou muitos passes de rutura...
Rodriguez, muita correria, alguns cruzamentos, algum azar nos remates que fez na aréa e que criavam grande perigo, mas faltou-lhe sorte na hora de rematar á baliza.
Hulk, levou muitas bolas para a frente, algumas diagonais para as extremas, tentou inventar jogadas, mas falta ainda aquela definição e noção do colectivo que pode fazer a diferença para um jogador de top, e não pode tentar o remate de todos os lados, é preciso também saber quando se deve rematar.
Lisandro, pareceu passar ao lado do jogo, quer dizer, ele estava lá, corria, lutava, mas pareceu que nada lhe saiu bem, é o jogador que mais sofre com a falta das combinações com Lucho, é que além de jogar sobre a direita, ainda lhe falta Lucho, e assim torna-se muito dificil aparecer em situações de remate em frente ao guarda-redes, como foi o caso de hoje.
Mariano, entrou para lateral direito, e não esteve nada mal, alguns bons apontamentos ofensivos (cruzamentos para a área), ainda que defensivamente não seja o indicado para o lugar.
Num jogo onde o FCP podia alcançar o 1ºlugar e querendo dar seguimento a 9 vitórias seguidas, faltou sorte e definição nalguns lances, mas também é certo que o FCP fez uma boa recuperação e melhorou de alguma forma o seu jogo desde que começou esta série de bons resultados.
É esperar que de alguma forma este jogo traga bons frutos no futuro, pois de um jogo destes também se pode fazer uma lição para que Jesualdo e os jogadores percebam o que fizeram de errado e corrijam para os próximos desafios, é preciso não esquecer que Janeiro e Fevereiro serão dois meses muito dificeis, pois são várias as competições e muitos jogos num curto espaço de tempo, portanto, terá de haver uma boa gestão do plantel por parte de Jesualdo.
1 comentário:
Uma entrada forte e a prometer muito, mas que rapidamente se desvaneceu. A partir dos 20 minutos ligamos o complicador e deixamos de jogar, de pressionar, de criar perigo e fizemos com que o Marítimo acreditasse que podia conseguir um resultado positivo.
Melhor na segunda-parte, mas a saída tardia de P.Emanuel, fez que só na parte final, mais com o coração que com a cabeça, o F.C.Porto encostasse a equipa insular às cordas. Aí nesse período, faltou eficácia e alguma calma.
Resumindo dois pontos perdidos ingloriamente e numa altura importante.
Arbitragem habilidosa, de um trio que veio ao Dragão para provocar.
O facto de só ter mostrado o amarelo ao guarda-redes Marcos, aos 90 minutos, quando ele fez a mesma coisa o jogo todo, diz tudo.
Que saudades de treinadores que quando as coisa não corriam bem, mexiam logo aos 20 minutos, arriscavam sem medo...Pedroto, A.Jorge, Oliveira, Mourinho...
Um abraço
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