quinta-feira, abril 21, 2011

Benfica-1 / FCPORTO-3

Foto do jornal "O jogo"




Um FCP com grande classe e categoria foi o que jogou ontem no estádio da Luz (desta vez não apagaram a luz e puderam ver bem como se vira um resultado desfavorável de 0-2 na 1ªmão para 3-1 na 2ºmão, igualando a eliminatória a 3-3, ganhando por golos fora).


Um FCPORTO que tinha algumas baixas para este jogo, (como Helton, lesionado por um jogo, Maicon, opção, Fucille, resto da época, Guarin, talvez só este jogo, Bellushi, lesão muscular ainda complicada...como se vê 5 jogadores importantes no percurso da época, mas como este ano o FCP não tem apenas 11 jogadores, mas sim 18/19 sempre prontos para serem titulares e acima de tudo responderem a um nível de exigência muito grande, mérito para André Vilas Boas, e equipa técnica e médica)...

O Benfica também tinha 2 baixas (os dois alas, Gaitan e Sálvio, por lesão), mas a sua principal desvantagem foi a forma como abordou este jogo, a tentar controlar e a jogar de forma calma, algo que é contra natura ás caracteristicas e modelo de jogo durante a época toda, e quando sofreram os golos ficaram sem poder de reacção, culpa de Jorge Jesus que chega a esta altura da época com os jogadores descrentes no seu comando e cansados fisica e psicologicamente...


Quanto ao FCP, todo o contrário, com os jogadores a acreditarem nas suas potêncialidades e na forma como AVB motiva e coloca os jogadores em campo, incluindo as substituições efectuadas por ele.


O jogo durante a 1ªparte foi jogado a uma intensidade alta, com os jogadores a aplicarem-se nos seus objectivos e sem grandes desiquilibrios tácticos, não tendo existindo jogadas de realce, apenas 2 lances por parte do Benfica (Xavi e Cardoso) e 2 por parte do FCP (melhor ocasião de golo por Falcão que obrigou Julio Cesar á defesa da noite), não tendo sido muito bem jogada teve empenho e raça por parte dos jogadores na procura dos objectivos traçados, Benfica mais em contenção e o FCP mais a tentar pegar no jogo, e ter bola, mas nem sempre bem conseguido, pois não conseguiam furar e como as equipas se encaixaram tácticamente pouco espaço existia para causar desiquilibrios.


Na 2ªparte o FCP continuou na procura do objectivo de virar a eliminatória, e até aos 60m. foi sempre essa a intenção, (com um ou outro lance do ataque do FCP a causar frissom) mas sem sucesso apesar de existir um aumento do ritmo e o FCP ter tomado mais conta da bola e do jogo, mas só após a alteração táctica de AVB que lançou em campo James Rodriguez para o lado direito do ataque, vindo Hulk para uma posição mais central do terreno, saiu Rubén Micael que até jogou bem, mas estava a perder intensidade no jogo por ter menos ritmo de jogo.


Com esta alteração o FCP alargou o campo de tal forma, que continuando a ter bola obrigou o Benfica a encostar-se á grande área, pois com a subida de Alvaro Pereira na esquerda, Rodriguez apoiava no meio, Moutinho pegava no jogo no centro do campo, James bem aberto na direita e Hulk bem perto de Falcão, com os defesas do Benfica a não saberem quem marcar como se viu no lance do 1ºgolo do FCP, que após uma recuperação de bola de Fernando no seu meio-campo, o FCP coloca 6 jogadores rapidamente perto da aréa encarnada, com a bola a ir até á extrema esquerda e dai para o meio, sempre em velocidade, onde aparece João Moutinho descaido já para a direita da meia lua da grande area, liberto de marcação a desferir um pontapé muito forte (á Guarin) e a bater Julio Cesar no canto inferior direito do GR, uma excelente jogada, de toque, progressão e inteligência de todos os jogadores.


Com este golo o FCP acreditou ainda mais e o Benfica tremeu, pois não reagiu ao golo da melhor forma, correram, lutaram, mas perdiam posições facilmente, e aqui é uma das chaves do jogo do FCP, a reacção á perda de posições com todos os jogadores a reagirem automaticamente na recuperação da bola, mas de forma metodica e não aleatório como se processa no Benfica, claro que também ajuda ter Fernando e João Moutinho que são 2 jogadores muito inteligentes nessa situação especifica.


O 2ºgolo do FCP, (apesar de fora de jogo de Hulk, ainda que dificil de verificar por parte do assistente, veio provar e valorizar a posse de bola).


Pois o FCP teve a bola controlada, dominada e em sucessivos passes no meio campo do Benfica cerca de 3 minutos, com a defesa de 4 do Benfica já encostada á linha da pequena área. Com a bola a passar da direita para aesquerda, com 2 cruzamentos cortados pela linha lateral, com o FCP a não tentar em desespero, mas sim a passar a bola, colocando na esquerda, Alvaro, Rodriguez, Hulk e Moutinho no apoio, e que em sucessivos toques e tentativas encontrou um espaço e Alvaro cruzou para Hulk dominar e rematar de bico e fazer o 2-0 que igualava a eliminatória, com este golo o Benfica tremeu e de que forma.


Pois ainda estavam a digerir este golo já o FCP recuperava a bola, e em toques sucessivos, novamente pela esquerda, onde Cristian Rodriguez descobre Falcão na área, que sozinho contra os defesas centrais do Benfica e pressionado por Xavi consegue um remate que bate em Jardel ou Luisão e que engana Julio césar, com a bola a entrar devagar na baliza, com o 3-0 a superioridade do FCP era notória, com jogadores do Benfica sem saber o que fazer em campo, se haviam de atacar ou não, e com Jesus só nesse momento a lançar Aimar em campo, sendo que era necessário o Benfica marcar 2 golos para passar a eliminatória.


No entretanto o que o Benfica foi fazendo no ataque para marcar algum golo e quebrar o impeto do FCP, pouco, muito pouco, com Cardoso a cair em fora de jogo várias vezes, o Benfica não conseguia ter bola e quando tinha tentava chegar o mais depressa possivel á frente, sem metodo, e depressa perdia a bola obrigando a um constante desgaste fisico e psicologico por parte dos jogadores em constantes correrias sem sucesso.


Depois com a entrada de Aimar (mais controlo) e Varela (por troca com Cristian Rodriguez, excelente jogo) o Benfica vai chegar ao golo por Cardoso atravéz de um penaltie que Saviola cava muito bem, ou seja simulação digna de um oscár, cá para mim é por isso que eles não têm pernas, nos treinos é só fitas e piscinas e correr, tá quieto...
E como Carlos Xistra estava mal posicionado em campo e não viu o lance, só o teatro do Saviola, apitou, com amarelo injusto para o Sapunaru (que foi totó na forma como abordou o lance, pois conhecendo os jogadores, já não se podia esperar outra coisa...)


Dai até ao final, foi o Jorge Jesus a meter avançados, Kardec e Weldon...quem???...., jogadores a quem se pedia um milagre, o que não veio a acontecer, pois a posse de bola era algo inconsequente graças ao excelente jogo dos médios do FCP (Fernando e Moutinho, enormes na recuperação e colocação no terreno...) e foi o FCP que teve 2 excelentes situações de sentenciar o jogo e a eliminatória, com contra-ataques de 5 para 2 e 4 para 2 mas onde o ultimo passe foi sempre mal efectuado com essas 2 claras oportunidades a perderem-se, na 1ª Falcão egoista e na 2ºmau passe para de Varela para Moutinho.


Resumindo, grande atitude, grande jogo e felicidade na hora de marcar o 1ºgolo, mas se existiu alguma equipa que preparou o jogo, que planeou o jogo, que acreditou ser possivel o impossivel (este jogo era dado como um pró forma para o Benfica estar na final), essa equipa foi o FCP, e AVB na forma como mentalizou os seus jogadores, é claro que marcar primeiro fez pairar no Estádio da Luz uma sensação de insegurança, principalmente porque Jorge Jesus não preparou o jogo para essa eventualidade, e julgo que os benfiquistas também perceberam isso logo no 1ºgolo.


Quanto aos jogadores:

Beto, sempre que foi chamado a intervir esteve muito bem, fosse em cruzamentos, remates, saidas ou aliviar bolas com os pés, eu que tinha algumas reservas em relação á sua forma neste momento devido a alguma falta de ritmo de jogo, não nas suas potencialidades.


Sapunaru, mais fixo atrás, mas muito bem a controlar o espaço defensivo e a apoiar os centrais em situações de mais aperto, não cometeu penaltie no lance com Saviola mas não pode perder a cabeça depois do jogo terminar e ir falar com arbitro, sujeitando-se a ver o 2ºamarelo (confirmado) e consequênte expulsão.


Alvaro Pereira, na 2ªparte parecia um extremo esquerdo, pois estava sempre focalizado a atacar, a defender revelou algumas deficiências em lances de precipitação e querer matar a jogada depressa de mais, ás vezes basta marcar e não deixar cruzar, sem recorrer á falta...mas na frente excelente.


Rolando e Otamendi, dupla muito boa, muito concentrada e muito eficaz na linha do fora de jogo, sempre em sintonia na defesa, souberam tanto no jogo aereo, como por bolas no chão estar á altura das exigências do jogo, tendo tento um como outro defendido muito á frente, em pressão constante sobre os avançados que caiam na sua area.


Fernando, um médio defensivo cada vez mais participativo no ataque e mesmo num jogo destes onde se exigia mais ponderação saiu várias vezes para a frente com a bola controlada, mas foi no seu espaço que marcou posição e de que maneira não permitindo veleidades aos adversários nem remates de longe.


João Moutinho, que melhor dia para marcar um golo? E um golo que começou a virar o jogo e a eliminatória , talvez o melhor jogador em campo, pois a zona central foi dele, recuperando bolas, tocando bem, desmarcando e aprecendo a rematar (com um golo á Guarin)...


Ruben Micael, esteve bem, perto da substituição (62.m) já acusava algum desgaste fisico, mas foi sempre o médio mais ofensivo, á procura do ultimo passe que pudesse desmarcar e isolar um avançado ou tentando ele aparecer em momentos mais ofensivos da equipa, nem sempre com sucesso, até porque tinha de fechar o seu flanco também e ter preocupações defensivas.


Cristian Rodriguez, o nervo da equipa neste jogo, jogador de raça, de querer, ás vezes demais, travou com Maxi Pereira um duelo interessante, sempre muito leal, mas com as tipicas picardias sul-americanas de parte a parte, no bom, foi pelo lado dele, esquerdo que o FCP encontrou o filão e explorou até não poder mais, pois com Alvaro a subir muito, não raras vezes eram 2*1 naquele flanco e com o sucesso dos 3 golos a nasceram por ai, o mal, num lance podia ter visto o 2ºamarelo (com 2-0) e ter deitado algo a perder...faltou o golo ainda na 1ºparte onde estava do lado direito e conseguiu bater Coentrão em velocidade, mas falhou pois rematou com o esquerdo de bico quando se exigia um passe atrasado ou um remate de pé direito...saiu logo depois do 3-0.


Hulk, marcou um golo, foi dinamico, acompanhou as subidas de Coentrão, mas faltou melhor definição num ou outro lance de ataque, muito bem a finalizar a 1ªparte onde acelerou o jogo e bateu Xavi em velocidade e isolou Falcão na cara do golo, mas esteve mal na forma como bateu os livres e á excepção de um livre muito bom, teve 3 francamente mal, até porque apenas 1 dos 4 estava em posição frontal (o que bateu bem) para ser ele a bater o livre. bem no golo, pois percebeu que ia ficar rodeado de defesas e rematou de primeira igualando a eliminatória.


Falcão, falhou um golo feito no final da 1ªparte, lutou estoicamente, pressionando (ás vezes sozinho na 1ªparte, médios e alas algo distantes), mas na 2ª com mais colegas perto dele, provocou vários calafrios nos adversários, fez um golo de categoria, pois acreditou no meio de 3 e arranjou espaço para virar a eliminatória...e também ajudou a defesa, pois foi ve-lo acompanhar o defesa lateral sempre que tal se exigia.


James Rodriguez, não foi ele que virou o jogo, mas com a sua entrada e a alteração táctica de AVB no jogo do FCP foi fundamental para alterar o rumo do jogo, ainda assim cumpriu a sua parte e segurou Coentrão.


Varela, entrou com 3-0 e trouxe vontade, segurou muito bem a bola na frente e foi pena que num ou outro lance não tivesse passado melhor, mas esteve bem.


Sereno, jogador que com mais jogos e a lateral denota uma confiaça maior e com isso a sua entrada em campo para o lugar de Sapunaru (que ficou nervoso depois do penaltie).


André Vilas Boas, na arte de estudar os adversários está muito bem, pois só atrávez disso é que sabe os pontos fracos e foi a sua alteração como em outros jogos que virou o jogo, muito bem.


Depois deste jogo até se pode pensar que o trabalho está feito, puro engano e se o FCPORTO ou algum jogador, treinador pensar que assim é, então vai pelo mau caminho, é necessário mentalidade competitiva e ainda existe uma Taça de Portugal para ganhar...contra o Vitória de Guimarães que só já tem esse jogo importante na época e para onde vai orientar toda a sua atenção, portanto, nada de pensar que está tudo feito.


Quanto ao FCPORTO é necessário recuperar lesionados, manter concentração absoluta, pois ainda existem muitos jogos importantes para ganhar, seja no Campeonato, Taça de Portugal ou Liga Europa onde o FCPORTO tem muito a ganhar, pois é prestigio internacional que se granjeia e estes jogadores estão talhados para grandes competições, mas para isso acontecer é necessário concentração absoluta....


Mas eu acredito que o FCPORTO e a sua estrutura sabe o que está a fazer.


FORÇA POOORRTTTOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!


(Adenda: Afinal a Benfica TV alterou a grelha de programação, vi outra vez na SporTV...lol)

4 comentários:

Dragus Invictus disse...

Bom dia,

Ontem fizemos mais um jogo memorável, que irá ficar para sempre nas nossas memórias.
Na primeira parte entramos bem tacticamente no jogo numa de "apalpar" terreno, e ver o que o Benfica queria do jogo.
E não foi preciso muito tempo para perceber que eles estavam borrados de medo, festejavam cada defesa do seu guarda-redes como se um golo fosse.
O Albicastrense mouro, inclinou o campo, assinalando sucessivos livres laterais inexistentes, pois esta "virgem" de Castelo Branco sabe que só por essa via o seu clube podia criar perigo.
Não viu uma agressão bárbara de Luisão a Otamendi, e consequente expulsão e penalti, e fez a sua sinfonia do apito, que o Porto transformou numa ópera de bem jogar futebol na segunda parte.
De salientar que na primeira parte tivemos a melhor oportunidade, com a perdida clamorosa de Falcao, que deu lugar a festejos encarnados na bancada ... Ridículo!

Na segunda parte fomos para cima do Benfica, e demos um banho de bola e uma lição de jogar futebol. Muito bem Villas-Boas nas alterações tácticas.
Depois dos 3-0 a nosso favor o albicastrense entrou em acção assinalando um penalti inexistente, o que fez com que Sapunaru perdesse a cabeça e requisitasse a substituição. No final Sapunaru de cabeça perdida, dirigiu-se ao árbitro e acabou mesmo por ser expulso, por segundo amarelo. De ânimos exaltados, tudo o que era vermelho e mexia, era um alvo para o romeno injustiçado pelo penalti que lhe foi tirado.
Para terminar no novo salão de festas do Porto, dá-se mais um ridículo. Os stweards impedem que os jogadores do Porto festejem com a claque, empurram Beto e Acácio Valentim, e Sapunaru enraivecido corre em direcção a eles, e só a pronta intervenção dos colegas evitou a entrada nas urgências hospitalares de qualquer um deles...pois meus amigos uns sopapos do Sapo devem aleijar... e só se perdiam as que caíssem no chão!

Destaque individual para Moutinho ... que jogo fantástico!!! Alvaro, Otamendi, Beto, Sapo, Ruben, Cebola, Fernando e Rolando também com excelentes exibições. Hulk e Falcao foram decisivos nos momentos chave carimbando a reviravolta.
Nota positiva para o mestre da táctica JJ que deixou Aimar no banco (borrado de medo), prendeu Coentrão na marcação a Hulk (o Sapo agradece). :)

Nota negativa para o albicastrense mouro, que tornou difícil um jogo fácil e para os stweards.

A glória é efémera, e agora só está na nossa mente a conquista da Liga Europa.

Abraço e boa páscoa

Paulo

http://pronunciadodragao.blogspot.com

dragao vila pouca disse...

Caetano, grande vitória e uma vitória destas merecia um grande post, com todos os requintes e tu caprichaste.

Parabéns e abraço

austria87 disse...

BOA-TARDE

QUE DIA,SÓ ALEGRIAS NO FUTEBOL COMO NO ANDEBOL...

SAUDAÇÕES AZUIS E BRANCAS

Penta disse...

caríssimas(os):

votos de uma Feliz Páscoa!, para todos vós e para aqueles que vos são mais queridos.

e cuidado com o coelhinho da Páscoa, pois dizem que anda bastante activo ;)


saudações desportivas mas sempre pentacampeãs! ;)

Miguel | Tomo I