O Rui é um bom rapaz, nascido e criado numa época em que as coisas eram substancialmente diferentes. Na altura, o seu Benfica ganhava a tudo e a todos, cavalgando ainda a onda de um proteccionismo sinistro de que havia beneficiado durante muitos anos enquanto clube do regime.
O Rui cresceu, atingiu a maioridade (estive indeciso entre esta expressão e "fez-se homem") e iniciou-se nos meandros da mais velha profissão do Mundo, que, ao contrário do que muitos pensam, não é a prostituição mas sim o jornalismo.
De repente o panorama alterou-se e o Benfica deixou de ganhar. Surgiu uma nova potência futebolística que, em breve, conquistou a Europa. A cada vitória, a cada golo, o Rui ia-se tornando mais e mais revoltado, caminhando a passos largos para uma personalidade amarga e revoltada, incapaz de reconhecer que o seu clube, outrora "Glorioso" (com as devidas aspas), havia desbaratado o seu património, fruto de gestões excessivas e ruinosas, um pouco à semelhança do que sucede hoje com algumas instituições bancárias, vivendo muito acima das suas posses. Os escândalos sucederam-se e, a pouco e pouco, o Rui criou na sua mente a fantasia de que todos os males do seu clube tinham origem a Norte, num estádio onde jogo após jogo, se iam inscrevendo páginas essas sim gloriosas, da história de um clube e, em última instância, do futebol português.
O Rui insistiu tanto nesta tese que, para si, ela se tornou uma verdade insofismável e começou, qual D. Quixote investindo bravamente contra os gigantes que a sua mente criava no lugar de moinhos, a investir ele próprio contra o FCPorto de todas as formas possíveis e imaginárias.
Actualmente, o infeliz e amargurado Rui, vê nas suas crónicas em alguns jornais da nossa praça, a única válvula de escape para tamanhos recalcamentos e, a coisa é de tal ordem, que mesmo quando temas completamente díspares, ou quando fala de futebol embora abodando outros clubes, acaba inevitavelmente por terminar com referências ao FCPorto, à laia de ataques discretos, próprios de um veneno que uma língua viperina não contém por excesso.
Assim vive o Rui, tristemente amargurado, numa realidade onde o Valium ainda não foi inventado.
5 comentários:
Caetano, meu caro, o Ruizinhos dos caracóis ou o meio-preto, como diz um amigo meu, nunca foi benfiquista, mas sim sportinguista e, principalmente, anti-portista.
Não é esse Rui ;) É outro mais fanático.
IA fazer-te a mesma correcção que o dragão fez, parecia um retrato fiel do caracoletas... quem é este maravilhoso especimen que aqui descreves?
Não me digam que o infeliz é o rui cartachana!Não acredito!Ora Ora,esse perfil nõp se encaixa no inefavel cartachana!
Não, pois não? :D
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