Numa altura em que um dos assuntos na ordem do dia é sobre quem será o jogador a assumir o papel de trinco, recordei-me de um dos grandes médios que passaram pelo FCPorto nos anos 90: Dorival Guidoni Júnior, conhecido como Doriva.
Quando o FCPorto o contratou em 1997, Doriva acaba de terminar uma época em grande ao serviço do Atlético Mineiro com a conquista da Taça Conmebol (algo equivalente à "nossa" Taça UEFA) e ao ser reconhecido com a Bola de Prata, distinção atribuida aos jogadores que são escolhidos como os melhores do campeonato. A título de curiosidade, Doriva integrou um rol de premiados onde figuravam entre outros Carlos Germano, Rodrigo Fabri, Edmundo (Bola de Ouro) e Muller. O seu desempenho garantira-lhe nesse ano a primeira convocatória para o escrete.
Transferido para o FCPorto, cedo se encarregou de dissipar quaisquer dúvidas sobre o seu valor, afirmando-se como um médio combativo, com excelente técnica e, a sua imagem de marca, um tremendo pontapé canhão. A sua qualidade e as suas exibições ao serviço do FCPorto garantiram-lhe a convocatória para o Campeonato do Mundo de 1998 onde, tapado na sua posição por um "monstro" chamado Dunga, embora já na fase terminal da sua carreira, apenas actuou no Brasil 3 x 0 Marrocos. Contudo, a crítica brasileira apontava-o já como o sucessor de Dunga no escrete. Contudo, apenas voltou a jogar mais 12 vezes pelo escrete.
Doriva jogou 2 anos pelo FCPorto, tendo conquistado 2 Campeonatos e 1 Taça de Portugal e onde, em 30 jogos, apontou 5 golos. A sua noite de glória aconteceu a 1 de Agosto de 1998 nas Antas contra o Sporting onde fez um hat-trick no 3-2 final (um dos golos do Sporting foi apontado por Gabriel Heinze). Outro grande golo foi o que apontou na Liga dos Campeões ao Croácia de Zagreb (ver vídeo).
No final de 1999, uma proposta irrecusável levou-o para a Sampdória onde apenas permaneceu apenas uma época, transferindo-se depois sucessivamente para o Celta de Vigo (2000), Middlesbrough (2002), Blackpool (2006), América e Mirassol (2007).
Em 2008, durante os exames médicos da pré-época no Mirassol, foi-lhe diagnosticado um problema cardíaco que o levou a abandonar o futebol aos 35 anos com receio do pior visto que, tanto o avô como o pai, haviam falecido por problemas cardíacos.
Em 2008, durante os exames médicos da pré-época no Mirassol, foi-lhe diagnosticado um problema cardíaco que o levou a abandonar o futebol aos 35 anos com receio do pior visto que, tanto o avô como o pai, haviam falecido por problemas cardíacos.
Chegava ao fim a carreira de um jogador que deixou saudades.
2 comentários:
Grande jogador, um pivot-defensivo à maneira, dos melhores que passaram no FC Porto nas últimas décadas. Foi pena ter saído tão cedo do clube. Olhou mais para o dinheiro e menos para a carreira desportiva e não chegou onde poderia ter chegado, se continuasse nas Antas. O golão que marcou ao Croácia Zagreb e o bis frente ao Sporting (dois jogos que vi ao vivo), foram os seus melhores momentos.
Na altura da transferência para a Samp. creio que a esposa dele foi quem mais insistiu para ir para Itália, se bem me lembro. Teve azar, a Samp acabou por descer de divisão.
Quanto aos golos contra o Sporting, foi mesmo a noite dele! A defesa do Sporting ficava nervosíssima cada vez que ele marcava um livre. O cúmulo foi aquele, descaído para esquerda do ataque creio eu, em que Doriva remata com o pé direito, a bola bate num defesa e volta direitinha para ele e sem parar a bola manda uma "pastilha" de pé esquerdo que só parou no fundo da baliza.
Enorme!!
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